Em julho deste ano, as vendas externas de calçados produzidos no Ceará registraram uma diminuição, caindo 9,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com o embarque de 2 milhões de pares. A receita proveniente dessas exportações também teve redução de 14,2%.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) indicam que, entre os três maiores polos do setor no país, o Ceará apresentou o desempenho mais desfavorável no período. Em seguida, vem o Rio Grande do Sul e São Paulo. No total, as exportações cearenses atingiram US$ 13,4 milhões, cerca de R$ 72,7 milhões em valores atuais.
Apesar do recuo no mês, o panorama nos primeiros sete meses de 2025 é mais positivo. O volume exportado pelo Ceará totalizou 19,5 milhões de pares, gerando receita de US$ 117,68 milhões (aproximadamente R$ 636,4 milhões). Nesse intervalo, houve um aumento de 11,2% no volume, enquanto a receita caiu 1,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O principal desafio para as exportações cearenses é a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, incluindo os calçados, que não foram contemplados pelas isenções da medida. Isso torna os produtos mais caros para o mercado americano e diminui sua competitividade frente a concorrentes estrangeiros.
O Ceará permanece como o segundo maior exportador de calçados no Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul. Em 2024, o estado foi o maior produtor nacional, responsável por 25% da fabricação do país, seguido por São Paulo. Os calçados respondem por 8,7% das exportações do Ceará, ficando atrás apenas do setor de ferro e aço, segundo o portal estatístico Comex Stat.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de calçados, recebendo cerca de 7 milhões de pares, o que representa 11,6% do total nacional. Em julho, antes da implementação da sobretaxa, o país importou um milhão de pares do Brasil, um aumento de 26,4% em relação ao mesmo mês de 2024.
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