A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025. Este é o menor percentual da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Pela primeira vez o índice fica abaixo dos 6%, superando as expectativas do mercado financeiro, que previa uma taxa de 6% no período.
A queda do desemprego, que no trimestre anterior estava em 7%, acompanha um aumento da população ocupada, que atingiu 102,3 milhões de pessoas, o maior número já registrado pela pesquisa. O avanço representa uma alta de 1,8% em relação ao trimestre encerrado em março.

Entre os segmentos com maior contribuição para esse crescimento, destacam-se os setores ligados ao serviço público, especialmente na área de educação. Juntos, eles adicionaram mais de 807 mil ocupados no período.
Ocupação Formal e Renda em Alta
O número de pessoas empregadas com carteira assinada no setor privado também bateu recorde, alcançando 39 milhões. Além disso, o grupo de trabalhadores por conta própria chegou a 25,8 milhões, sendo 73% deles em situação de informalidade (18,9 milhões). Já os demais 6,9 milhões atuam como microempreendedores formais, com CNPJ, um reflexo direto da expansão dos MEIs.

A formalização e o aumento da ocupação tiveram impacto direto na redução da informalidade, que passou de 38% para 37,8%. Paralelamente, o rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 3.477 mensais, o maior valor já registrado pela pesquisa. Em comparação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 1,1%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atualização dos dados da Pnad Contínua com base nas projeções populacionais do Censo 2022 não alterou a trajetória dos indicadores, apenas ajustou os números absolutos.
Desemprego recua
A população desempregada caiu para 6,3 milhões de pessoas, uma redução de 17,4% em relação ao trimestre anterior. Já o número de desalentados, que são as pessoas que desistiram de procurar trabalho, caiu 13,7%, chegando a 2,8 milhões.
A coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, aponta que o momento é favorável ao mercado de trabalho. “O crescimento acentuado da população ocupada influenciou vários recordes da série histórica, dentre eles a menor taxa de desocupação”, afirma.
Indicadores por Setor
- Emprego no setor privado: 52,6 milhões de trabalhadores — alta de 1,3% no trimestre (mais 696 mil) e de 2,7% no ano (mais 1,4 milhão);
- Empregados com carteira assinada no setor privado: 39 milhões — recorde da série, com aumento de 0,9% (357 mil) no trimestre e de 3,7% (1,4 milhão) no ano;
- Empregados sem carteira assinada no setor privado: 13,5 milhões — crescimento de 2,6% (338 mil) no trimestre, com estabilidade em relação ao ano anterior;
- Emprego no setor público: 12,8 milhões — recorde histórico, com altas de 5% (610 mil) no trimestre e 3,4% (423 mil) no ano.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.