O Brasil está novamente fora do Mapa da Fome mundial. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas (ONU), com base nos dados do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025”.
Segundo o levantamento, menos de 2,5% da população brasileira está em risco de subnutrição, o que retira o país da classificação de insegurança alimentar grave. O dado marca uma reversão após três anos consecutivos de presença na lista.
O anúncio foi feito durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, realizada em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Entenda o Mapa da Fome
O Mapa da Fome é elaborado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e mede o acesso das populações à alimentação suficiente para manter uma vida ativa e saudável. Estar fora do mapa significa que o país tem menos de 2,5% da população com consumo habitual de calorias abaixo do necessário — critério que define o risco grave de desnutrição.
O Brasil já havia deixado o Mapa da Fome em 2014, mas voltou à lista com base em dados de 2018 a 2020, em meio a um aumento da insegurança alimentar no país.
Produção de alimentos x acesso à comida
Mesmo sendo um dos maiores produtores de alimentos do planeta, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para garantir que toda a população tenha acesso à alimentação adequada. Especialistas ouvidos pela imprensa apontam algumas causas:
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A alta dos preços dos alimentos, que compromete o poder de compra das famílias mais vulneráveis;
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O foco crescente da agropecuária na exportação, o que pode reduzir o abastecimento interno;
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A existência de “desertos alimentares”, regiões onde há pouca ou nenhuma oferta de alimentos saudáveis;
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As mudanças climáticas, que elevam o risco de desabastecimento futuro.
Apesar do avanço no índice geral, os especialistas alertam que ainda há muitos desafios para garantir segurança alimentar plena no país.
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