No Ceará, cerca de 37 mil crianças e adolescentes estão fora da escola, motivados por fatores como falta de transporte, infraestrutura precária, violência, gravidez precoce e desinteresse pelos estudos. No entanto, entre 2017 e 2025, o programa Busca Ativa Escolar (BAE) conseguiu reintegrar 24.879 jovens ao sistema educacional estadual, posicionando o Ceará como o quarto estado com maior número de rematrículas no país.
O melhor índice foi registrado no Pará, com 38.891 retornos às salas de aula. Em seguida, aparecem Bahia (34.638) e Maranhão (33.784). O último colocado no ranking foi o Distrito Federal, com 15 rematriculados.
Os principais motivos de evasão são o desinteresse dos estudantes, totalizando quase 9 mil casos, mudanças de domicílio e falta de vínculo com a escola. Outros fatores incluem doenças, deficiência, trabalho infantil, discriminação e diversas formas de violência.

De acordo com o levantamento, 60% dos estudantes fora da escola são meninos e 74% são pretos, pardos ou indígenas. Além disso, 54% dessas crianças e adolescentes vivem entre os 20% mais pobres do estado.
Na educação infantil, 61% das crianças de 0 a 3 anos não frequentam creches, com destaque para a população mais vulnerável. Em Fortaleza, cerca de 10 mil crianças aguardam vagas em creches municipais. Nesse sentido, a Prefeitura anunciou a abertura de 22 novos Centros de Educação Infantil nos próximos meses.
A taxa de abandono escolar estadual, por sua vez, caiu de 11% em 2012 para 1,7% em 2023, segundo o Censo Escolar do Inep. Em Fortaleza, a taxa é ainda menor, com 0,2%, resultado do uso de uma ferramenta de monitoramento em tempo real integrada à política de Busca Ativa Escolar, que inclui contato com famílias, visitas domiciliares e encaminhamento ao Conselho Tutelar.
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