
O Ceará confirmou, nesta segunda-feira, 6, o quarto caso suspeito de intoxicação por metanol. O novo paciente foi atendido no município de Quixeramobim, a 212 km de Fortaleza, sendo o segundo caso notificado na cidade. O primeiro, registrado no último sábado, 4, já foi descartado após exames laboratoriais darem negativo para a substância.
Outros dois casos sob suspeita ocorreram em Caucaia e São Gonçalo do Amarante. Em Caucaia, os exames realizados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) também descartaram contaminação. Já em São Gonçalo, um homem de 55 anos foi encontrado morto em casa, e o caso segue sob investigação, devido ao histórico de alcoolismo crônico da vítima.
De acordo com o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Lima Neto (Tanta), os exames que podem confirmar ou não a presença de metanol no corpo do paciente de São Gonçalo devem ser finalizados ainda nesta segunda-feira. Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde já contabiliza duas mortes confirmadas por intoxicação e outras 13 em apuração.
Antídoto já está no Ceará
Em meio à preocupação com os casos suspeitos, o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou, no domingo, 5, que o Estado recebeu do Ministério da Saúde cerca de 100 doses do antídoto contra metanol, que chegaram ao Ceará nesta segunda. As doses foram solicitadas para dar suporte a possíveis confirmações da intoxicação.
“Sobre essa crise sanitária nacional relativa ao metanol em bebidas, informo aos cearenses que chegarão nas próximas horas as doses do antídoto à substância que solicitamos ao Ministério da Saúde”, disse Elmano, que também destacou a criação de um grupo de trabalho junto às forças de segurança para investigação de bebidas adulteradas.
“Nossas forças de segurança, em parceria com a Secretaria da Fazenda, estão ampliando a fiscalização do transporte de bebidas, com a finalidade de evitar a circulação de produtos falsificados no Ceará. Carregamentos, inclusive, já foram apreendidos na semana passada e encaminhados para testes na Pefoce“, complementou.
O antídoto é composto por etanol farmacêutico, aplicado via intravenosa. A substância atua bloqueando a metabolização do metanol pelo fígado, impedindo que ele se transforme em compostos tóxicos, como o formaldeído, altamente prejudicial ao organismo. A quantidade administrada depende da gravidade de cada caso.
“Essa ampôla é de etanol farmacêutico. As vezes as pessoas pensam que o antídoto é algo tipo o do desenho animado. Esse antídoto é um álcool etílico que compete com o metanol para não deixar o fígado metabolizar o metanol. Faz com que o metanol não produza os efeitos que ele pode produzir se ele for quebrado, principalmente formol”, explicou o secretário Antônio Lima Neto.
As doses do antídoto estão armazenadas na Secretaria da Saúde do Ceará e, caso haja confirmação de contaminação, serão enviadas diretamente para os hospitais responsáveis pelo atendimento.