O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira (29/07) a Operação Kleptonomos, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa integrada por policiais militares. A ação contou com apoio da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Coin), da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e das Promotorias de Justiça de Fortaleza.
Segundo as investigações, os policiais são suspeitos de envolvimento em extorsão, corrupção passiva e facilitação do tráfico de drogas em bairros da Grande Messejana, em Fortaleza, como Paupina, Coaçu, comunidade Pôr do Sol e o condomínio Residencial dos Escritores.
Mandados e alcance da operação
A operação teve como alvo os estados do Ceará e Alagoas, com 34 mandados judiciais expedidos pela Vara de Auditoria Militar do Ceará:
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16 mandados de prisão preventiva
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17 mandados de busca e apreensão
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1 mandado de suspensão do exercício da função pública
As diligências foram cumpridas em Fortaleza, Maracanaú, Itaitinga, Russas e na cidade de Maceió (AL). Também foi autorizada a quebra do sigilo de dados de celulares e dispositivos eletrônicos apreendidos com os investigados.
Esquema foi denunciado anonimamente
As investigações tiveram início no final de 2022, após o Gaeco receber denúncias anônimas relatando o envolvimento de agentes de segurança pública em um esquema de cobrança de propina para permitir o tráfico de drogas em determinadas comunidades da capital.
Com o avanço das apurações, o MPCE apresentou denúncia formal contra 16 policiais militares, que agora respondem pelos crimes de:
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Organização criminosa armada
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Corrupção passiva com causa de aumento
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Extorsão qualificada
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Colaboração com o tráfico de drogas
O que significa “Kleptonomos”?
O nome da operação faz referência ao termo grego “Kleptonomos”, resultado da junção das palavras klepto (roubar) e nomos (lei). A tradução literal, “aquele que rouba a lei”, simboliza o ato de usurpar a autoridade legal, impondo regras próprias e sustentando um sistema de poder paralelo — justamente o que a operação busca combater.
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