A Notícia do Ceará
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Alívio e transtorno: Quadra chuvosa traz alguns problemas no interior do Ceará

No município de Granja, a 300 km de Fortaleza, já choveu 647 milímetros (mm) neste ano. Outras quatro cidades tiveram chuvas acima de 400 mm no período. De sábado, 10, até ontem, as precipitações se intensificaram. Problemas estruturais foram registrados. Mas também houve alívio e esperança neste princípio de quadra chuvosa no Ceará. “Tivemos a sangria da barragem de Lima Brandão e o aporte dos açudes está começando a aumentar. Foram quatro dias chovendo”, diz o coordenador da Defesa Civil de Granja, Francisco Gonzaga Sousa. Segundo ele, não foram registradas inundações ou desabamentos. A informação mais relevante seria o aumento do volume de água no açude Itaúna, que abastece dois distritos e duas cidades. “Em dezembro ele estava com 45% e hoje está com 77%. O açude Gangorra, que abastece Granja, passou de 35% para 51%”, destaca. Em Carnaubal, na microrregião de Ibiapaba, foram 62 mm entre quarta-feira, 14, e ontem. O suficiente para fazer o principal ponto turístico, a barragem do balneário municipal, encher. “Isso traz desenvolvimento turístico. Pena que não encheu para o Carnaval. Mas há uns oito meses que não enchia nada”, diz o coordenador da Defesa Civil da cidade, Luís Carlos Correia. Ele conta que, há uma década, a barragem “passava o ano todo jogando água”, mas a produção agrícola cresceu e demandou mais dos reservatórios.

Em Irauçuba, município inserido em uma das áreas de desertificação do Ceará, choveu 124 mm nos últimos dois dias. Pelo menos 20 famílias ficaram desabrigadas. Bueiros foram obstruídos, ruas alagaram e cerca de 200 alunos não puderam ir à aula ontem porque o ônibus escolar não conseguiu acesso a cinco comunidades. “Nossa média histórica é de 500 mm em um ano. E, em 24 horas, tivemos 124 mm”, cita o secretário da Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente e Recursos Hídricos do município, Ivan Praciano. Ele diz que o açude Jerimum, importante para a região, subiu 20 centímetros.

Em Juazeiro do Norte, três famílias saíram de casa por risco de desabamento. Outras 20 estão em área com risco de choque elétrico por causa do alagamento junto a ligações elétricas clandestinas. “As pessoas precisam entender que sujar as ruas reflete em bueiros entupidos. A estrutura da rede é antiga, então passível de problemas”, apela o diretor de Projetos da Secretaria do Desenvolvimento Social e Trabalho da Cidade, Samuel Sobreira.

 

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