A Notícia do Ceará
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Ceará e Rio Grande do Norte compartilham experiências sobre poços de alta profundidade

Apesar do momento de crise hídrica, que demanda olhar especial para medidas emergenciais, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) não perdem de vista o planejamento das ações de médio e longo prazo. Este mês, uma comitiva formada por técnicos dos dois órgãos visitou a Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte (Caern) e uma empresa do setor da fruticultura para trocar experiências sobre o aproveitamento de poços de alta profundidade.

O objetivo da missão foi conhecer mais sobre a iniciativa, adotada no Rio Grande do Norte, de exploração do aquífero Açu, que armazena água a grandes profundidades, com vazões significativas, porém, com especificidades para sua captação. “Fomos buscar parcerias com quem mais entende da explotação de água nessas formações geológicas”, diz o assessor especial da Secretaria dos Recursos Hídricos, Francisco Viana.

“O conhecimento sobre os aquíferos nós já detínhamos, viemos conhecer a realidade da exploração desses mananciais. Nisso a Caern e a iniciativa privada estão bem adiantadas”, disse Zulene Almada, titular da Gerência de Estudos e Projetos (Gepro/Cogerh). Segundo ela, os perfis construtivos e, sobretudo, os dados obtidos como o monitoramento desses poços serão de grande valia para a Cogerh. “Estamos visualizando que o monitoramento feito por anos seguidos nos ajudará sobremaneira a compreender o comportamento do aquífero quando explorado”, detalha.

A iniciativa vem ao encontro da determinação da Secretaria dos Recursos Hídricos de buscar a diversificação de fontes hídricas no Estado. “Não podemos prescindir de nenhuma fonte. A ordem do dia é obter ‘novas águas’. Por isso o governador já determinou a implantação de uma planta de dessalinização (hora em projeto no âmbito da Companhia de Água e Esgoto do Ceará – Cagece), a busca do reúso de efluentes (também em desenvolvimento pela Cagece) e a busca do melhor aproveitamento das nossas águas subterrâneas”, explica o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.

Grande parte da água que abastece o Rio Grande do Norte vem do subsolo. Dai a experiência acumulada pelo estado vizinho na obtenção de águas profundas. “Os dados que obtivermos aqui nos proporcionarão avançar algumas etapas na exploração dessas águas”, diz Francisco Viana.

“Temos de superar essa lacuna que ainda persiste no Ceará e nos debruçarmos com mais atenção sobre o tema”, comenta. Para ele, o Ceará tem grande expertise em águas subterrâneas no embasamento cristalino (predominante nos sertões cearenses). “Precisamos avançar mais nas bacias sedimentares”, conclui.

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