A Notícia do Ceará
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Virou vício: Acrísio Sena alerta sobre o uso da internet para criança

São preocupantes os impactos do uso indiscriminado de smartphones e internet por crianças e adolescentes. As relações humanas se alteraram. O contato face a face é substituído pelo virtual. Pessoas em espaços públicos e privados são vistas de cabeça baixa, seduzidos por textos, fotos, vídeos publicados em redes sociais ou preocupados em resolver demandas pessoais e profissionais via celular.

Já existe uma moléstia psíquica relacionada ao pavor que um indivíduo experimenta ao se separar do smartphone: a nomofobia.

Um artigo do escritor e jornalista cearense Lira Neto, quando de uma visita dele a uma escola, alertou para um quadro terrível: alunos “estavam fisicamente juntos, mas separados por uma barreira invisível”, “movimentando os polegares freneticamente”. Ele observou que há uma “recusa a qualquer espécie de imersão interior ou mesmo ao exercício da contemplação do mundo”, por conta do instantaneísmo, que gera uma “dificuldade de lidar com pausas e silêncios necessários à autoreflexão e à construção da própria subjetividade”.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, sensibilizada, publicou um manual sobre o tema. Afinal, 80% dos usuários têm entre 9 e 17 anos. Entre as recomendações estão: não compartilhar sua senha, não adicionar pessoas ou marcar encontro com desconhecidos, não compartilhar imagens sem roupa. Os pais, por sua vez, devem verificar a classificação indicativa de games, filmes e demais conteúdos, além de estabelecer regras de horas de uso e discutir francamente conteúdos eróticos, violentos e preconceituosos.

Estamos em meio a uma overdose de informações – verdadeiras e falsas, com qualidade ou não – e precisamos nos posicionar a respeito: estabelecer critérios de uso e normatizar a demanda, com o intuito de não continuarmos a ser engolidos por esta realidade. Afinal, a tecnologia existe para facilitar a vida dos seres humanos e não para pautá-la ou substituí-la.

Acrísio Sena

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