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Queimadas deixam mais de 1.300 km² marcados no Ceará em 2024

Um levantamento da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado em outubro, mostra que as queimadas continuam sendo uma das principais pressões ambientais sobre a Caatinga no Ceará. Entre 2020 e 2024, os incêndios florestais deixaram marcas visíveis em grandes áreas do estado, com destaque para o período mais seco, de setembro a dezembro.

O ano de 2023 registrou os maiores danos, com 1.881,79 km² queimados, o dobro da média histórica do período e mais de três vezes o total registrado em 2021, que foi de 752,13 km². Em 2024, houve uma redução para 1.380,26 km², ainda acima dos números iniciais da série.

Queimadas deixam mais de 1.300 km² marcados no Ceará em 2024
Resposta espectral de uma cicatriz de queimada (roxo) nas imagens de satélite em Icó (Foto: Landsat)

O levantamento apontou os municípios mais afetados: em 2022, Icó liderou o ranking, com 55,98 km² queimados, seguido por Santa Quitéria (32,65 km²), Jaguaribe (28,52 km²), Sobral (28,01 km²) e Iguatu (24,57 km²). Outros municípios incluem Acopiara, Cariré, Orós, Barro e Granja, todos acima de 15 km².

De acordo com os pesquisadores da Funceme, fatores como baixa umidade do ar, seca prolongada e uso do fogo em atividades agropecuárias favorecem a propagação das chamas. Além de degradar a vegetação nativa, as queimadas provocam perda de biodiversidade, emissões de gases de efeito estufa e prejuízos às comunidades rurais.

Queimadas deixam mais de 1.300 km² marcados no Ceará em 2024
Foto: Reprodução/ISPN

De acordo com os dados, outubro e novembro concentram até 75% das áreas queimadas em alguns anos. Novembro de 2023 registrou 749,65 km² queimados, o maior valor da série histórica para o mês. Em dezembro de 2024, foram 445,14 km², recorde para o período, enquanto setembro de 2023 ultrapassou 220 km².

Segundo a Funceme, mapear as cicatrizes de fogo é essencial para orientar políticas públicas de prevenção e combate às queimadas, além de subsidiar ações de manejo sustentável nas regiões mais vulneráveis. “As cicatrizes de queimadas são marcas visíveis do impacto humano e climático sobre o território. Entender onde e quando elas ocorrem é essencial para planejar estratégias de mitigação e evitar que essas áreas se tornem ainda mais degradadas”, afirma a equipe técnica.

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