Até junho de 2017, 18.434 mil pessoas esperavam por uma cirurgia eletiva (não urgente) no Sistema Único de Saúde, no Ceará. O levantamento é do Conselho Federal de Medicina feito em 16 estados e 10 capitais. Fortaleza tem a terceira maior fila entre as 10 capitais que enviaram dados ao CFM. São 1.841 pacientes. Há pacientes quem esperam cirurgia desde 2008.
Os dados se referem a hospitais públicos. Não foram divulgadas informações sobre o sistema privado. O médico Ricardo Cohen, membro da Câmara Técnica sobre Cirurgia Bariátrica do CFM, coordenou a pesquisa.
As maiores filas por tipo procedimento são:
- Intervenções no aparelho da visão com 7.912 pacientes
- Aparelho digestivo (3.978 pacientes)
- Aparelho geniturinário (2.779)
- Osteomuscular (1.658)
- Face, da cabeça e do pescoço (1.101).
Entre os municípios cearenses, com maior filas de espera depois de Fortaleza, estão Sobral com (1.011); São Gonçalo do Amarante (520); Aracati (517), Paracuru (432) e Horizonte (427).
Central de regulação para SUS
Em nota a Secretaria da Saúde do Estado informou que realizou a integração das duas centrais para atendimento com o objetivo de reorganizar e otimizar as demandas, inicialmente, da macrorregião de Fortaleza. Além das centrais do Estado e Município, o Ceará dispõe de núcleos reguladores nas regiões Norte e Cariri.
De acordo com a Sesa, a Central de Regulação envolve todas as referências intermunicipais de consultas especializadas e exames, internações hospitalares eletivas e ainda de urgência e emergência. Tudo isso através do conhecimento da capacidade de oferta de consultas e exames especializados públicos, contratados e conveniados que integram a rede SUS.
A Sesa reforçou que o Instituto Doutor José Frota (IJF), o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), por exemplo, são os principais hospitais que realizam cirurgia traumato-ortopédica de alta complexidade pelo SUS em Fortaleza. Além disso, no interior do Ceará, o Hospital Regional do Cariri (HRC), no Juazeiro do Norte, também faz esse tipo de procedimento mais complexo nessa especialidade. Cirurgias complexas exigem estruturas específicas e profissionais muito especializados, o que restringe a oferta.
Dos hospitais da rede pública do Governo do Ceará, realizam cirurgias o Hospital Infantil Albert Sabin, Hospital Geral de Fortaleza, Hospital de Messejana, Hospital Geral César Cals, Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar, Hospital Geral Waldemar Alcântara, Hospital Regional do Cariri e Hospital Regional Norte. Em 2016, foram realizadas 55.903 cirurgias eletivas e de urgência e emergência, um crescimento de 7,4% em relação a 2015, quando foram feitas 52.030 cirurgias. Este ano, até o mês de outubro, 53.435 cirurgias foram realizadas na rede pública do Governo do Ceará.