A Notícia do Ceará
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Pela 1ª vez, Ceará confirma em bebê vivo microcefalia associada ao vírus

alx_microcefalia-20151126-01_originalO Ceará confirmou, pela primeira vez, em um bebê vivo, microcefalia associada ao vírus zika, conforme informou o último boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) divulgado nesta terça-feira (22). O caso foi registrado em Fortaleza. A pasta não informou quando nasceu o bebê, já que o diagnóstico pode demorar de um a dois meses para ser emitido.

No total, nove casos tiveram diagnóstico laboratorial confirmado para zika, sendo oito óbitos com identificação do vírus em tecido fetal. Os óbitos foram registrados em Fortaleza (2),Canindé, Iguatu, Juazeiro do Norte,Tejuçuoca, Russas e Tururu, informou a Sesa.

Notificações
No Ceará, de outubro de 2015 a 18 de março de 2016, foram notificados 417 casos de microcefalia e alterações do sistema nervoso central (SNC). Destes, 68 (16,3%) foram confirmados, 100 (24%) foram descartados e 249 (59,7%) estão em investigação. Do total de notificados, 347 (83,2%) foram detectados no pós-parto e 70 (16,8%) durante a gestação.

Dos 68 casos confirmados, 59 (86,8%) foram encerrados por critério clínico-radiológico e 9 (13,2%) tiveram diagnóstico laboratorial confirmado para vírus zika.

Repercussão
O infectologista Roberto da Justa esclarece que, após o nascimento, o bebê não tem mais o vírus zika no corpo. “O vírus esteve durante o desenvolvimento fetal, mas após dias ou semanas, ainda no corpo da mãe, o virus é eliminado. A criança não transmite vírus pra ninguém. Ela fica com as sequelas da infecção durante a gravidez”, explica. “Uma parcela vai nascer com microcefalia, outra parcela não vai nascer. O dano cerebral às vezes é tão grave que acaba comprometendo funções vitais, principalmente respiração e capacidade de se alimentar”.

A microcefalia é uma condição que a repercussão na vida do recém-nascido vai depender do grau de dano cerebral causado pelo vírus e fatores associados, destaca o infectologista. “Existem casos mais leves, outros mais graves. Pode repercutir futuramente no desenvolvimento psicomotor, fala, aprendizagem, memória, locomoção”. O infectologista acrescenta que o grau de autonomia vai depender, também, nos cuidados à criança, como o estímulo precoce, para atenuar o dano.

G1

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