O suicídio é um problema de saúde pública que afeta pessoas de todas as idades, gêneros, classes sociais e culturas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os impactos sociais são superiores aos provocados por HIV, malária, câncer de mama, guerras ou homicídios. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio figura como a quarta principal causa de morte, ficando atrás de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
No Brasil, aproximadamente 14 mil casos são registrados por ano, o que representa uma média de 38 mortes diárias. Entre adolescentes, de 2016 a 2021, houve aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade entre jovens de 15 a 19 anos e de 45% entre aqueles de 10 a 14 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.
As taxas são mais altas entre homens (12,6 por 100 mil) do que mulheres (5,4 por 100 mil). Globalmente, a OMS estima mais de 700 mil suicídios anuais, número que ultrapassa um milhão ao considerar casos subnotificados. Os números são referentes ao último levantamento, realizado em 2019.

Enquanto os países europeus registraram queda nas taxas de suicídio, houve aumento nos índices em nações do Leste Asiático, da América Central e da América do Sul. Estudos indicam que praticamente todos os casos estão ligados a transtornos mentais, frequentemente não diagnosticados ou tratados de maneira inadequada. Dessa forma, com acesso a tratamento psiquiátrico e informações adequadas, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.
Setembro Amarelo
Criada em 2013 por Antônio Geraldo da Silva, então presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha internacional Setembro Amarelo ganhou destaque nacional. Desde 2014, o movimento é promovido em parceria com o Conselho Federal de Medicina. Reconhecida como a maior iniciativa mundial contra o estigma do suicídio, a campanha acontece durante todo o ano, com maior atenção em setembro.
O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, é um dos momentos mais importantes da campanha. Em 2025, o lema da ação é: “Se precisar, peça ajuda!”. Diversas atividades já estão sendo desenvolvidas para conscientizar a população sobre a importância da vida, do apoio às pessoas em crise e do acesso ao tratamento adequado.
Como identificar e ajudar?
O suicídio geralmente envolve pensamentos e sentimentos restritivos, que impedem a pessoa de enxergar alternativas aos problemas que enfrenta. Por isso, reconhecer os sinais de alerta é essencial para prevenção. Oferecer escuta ativa, empatia, acompanhamento e encaminhamento a psiquiatras e outros profissionais de saúde mental pode ser decisivo para salvar vidas.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.