O Brasil agora conta com uma plataforma destinada à localização de pessoas desaparecidas. O sistema centraliza informações de investigações conduzidas pelas polícias civis em todo o país, permitindo compartilhamento rápido e eficiente de dados sobre desaparecidos.
No Ceará, a Polícia Civil (PC-CE) começou a utilizar a ferramenta nesta terça-feira (26/08). O lançamento foi feito pelo delegado-geral Márcio Gutierrez, que também preside o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (Concpc), durante o 4º Encontro Nacional de Tecnologia e Inteligência para Líderes e Gestores da Polícia Civil, em Fortaleza.

“Essa ferramenta veio através de uma problemática que nós tínhamos: a dificuldade de compartilhar informações de pessoas desaparecidas. (…) São informações dos desaparecidos, informações de inteligência que se relaciona aquela pessoa, alguma questão que aquela pessoa estivesse vivenciando, fotos, características, tudo que puder facilitar o trabalho de localização delas”, explicou o delegado.
A Polícia Civil do Ceará já registra resultados positivos na área. Em 2024, a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (12ª DHPP) localizou 1.111 pessoas em Fortaleza. O número é 19% maior do que em 2023, quando 933 desaparecidos foram encontrados. Dessas, 871 pessoas foram localizadas com vida.
Durante o encontro, que segue até esta sexta-feira (29/08), os gestores também debaterão temas estratégicos para o fortalecimento da segurança pública. Entre eles, acesso a bancos de dados, inteligência artificial e automação em investigações, sistema nacional de inteligência, operações conjuntas, compartilhamento de códigos, compras coletivas, cartas precatórias e o portal nacional de pessoas desaparecidas.

De acordo com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), a iniciativa fortalece a cooperação entre estados e facilita o uso de tecnologias para investigar organizações criminosas. Segundo ele, informações obtidas por outros estados podem ser decisivas para o trabalho da inteligência cearense.
“As organizações atuam em todos os estados brasileiros e efetivamente todo mundo tem algum grau de informação sobre essas organizações e determinada informação, por exemplo, que a inteligência do Rio de Janeiro possa ter sobre determinada organização, pode colaborar muito com o Ceará”, pontuou.
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