A Notícia do Ceará
PUBLICIDADE

Déborah Colker faz última apresentação de “Cão Sem Plumas” em Fortaleza

Foto: Cafi

 

Instituto Cultural Vale apresenta “Cão Sem Plumas”, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. “Cão Sem Plumas” também conta com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

Deborah Colker faz em Cão Sem Plumas, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), seu primeiro espetáculo de temática explicitamente brasileira. A estreia aconteceu em 3 de junho de 2017, no Teatro Guararapes, em Recife. Em Fortaleza, o espetáculo foi  apresentado neste sábado (29) e tem a sua última sessão, hoje,  30 de julho, às 18 horas, no Cineteatro São Luiz.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.

“O espetáculo é sobre coisas inconcebíveis, que não deveriam ser permitidas. É contra a ignorância humana. Destruir a natureza, as crianças, o que é cheio de vida”, diz Deborah.

A dança se mistura com o cinema. Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longas-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 14 bailarinos. As imagens foram registradas em novembro de 2016, quando coreógrafa, cineasta e toda a companhia viajaram durante 24 dias do limite entre sertão e agreste até Recife.

Foto: Cafi

 

A jornada também foi documentada pelo fotógrafo Cafi, nascido em Pernambuco. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, Vulcão (1994).

Outros antigos parceiros estão na cenografia e direção de arte (Gringo Cardia) e na iluminação (Jorginho de Carvalho). Os figurinos são de Claudia Kopke. A direção executiva é de João Elias, fundador da companhia.

Os bailarinos se cobrem de lama, alusão às paisagens que o poema descreve, e seus passos evocam os caranguejos. O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro (1908-1973), autor de Geografia da Fome e Homens e Caranguejos, e do cantor e compositor Chico Science (1966-1997), principal nome do mangue beat. O movimento mescla regional e universal, tradição e tecnologia. Como Deborah faz.

Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jongo, kuduro e outras danças populares.

“Minha história é uma história de misturas”, afirma ela. O espetáculo já foi apresentado em mais de 30 cidades brasileiras, tendo um público de mais de 150 mil pessoas, e, internacionalmente, nos Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Uruguai.

Foto: Cafi

 

Seu grupo se firmou como fenômeno pop em Velox (1995), Rota (1997) e Casa (1999). Os espetáculos Nó (2005), Cruel (2008), Tatyana (2011) e Belle (2014) trataram de temas existenciais, como os afetos. Em Cão Sem Plumas, Deborah reúne aspectos de toda a sua carreira. Posteriormente, a Companhia realizou Cura, com o qual vinha se apresentando desde outubro de 2021.

“Cabem a elegância do clássico, a lama das raízes e o olhar contemporâneo. O nome disso é João Cabral”, diz ela. Reconhecida internacionalmente, Deborah recebeu em 2001 o Laurence Olivier Award na categoria Oustanding Achievement in Dance (realização mais notável em dança no mundo). Em 2009, criou um espetáculo para o Cirque Du Soleil: Ovo. Em 2016, foi a diretora de movimento da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

João Cabral vivia em Barcelona, como diplomata, quando leu numa revista que a expectativa de vida no Recife era menor do que na Índia. A notícia foi o impulso para fazer O cão sem plumas. Publicou em 1953 O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife e, três anos depois, sua obra mais conhecida, Morte e Vida Severina. Sua poesia, uma das mais importantes do Brasil, é marcada pelo rigor e pela rejeição a sentimentalismos.

Cão Sem Plumas recebeu um dos mais importantes prêmios da dança mundial, “Prix Benois de La Danse” 2018 na categoria coreografia.

Cão Sem Plumas 

Criação, Coreografia e Direção: DEBORAH COLKER 

Direção Executiva: JOÃO ELIAS 

Direção Cinematográfica e Dramaturgia: CLAUDIO ASSIS 

Direção de Arte e Cenografia: GRINGO CARDIA 

Direção Musical: JORGE DÜ PEIXE e BERNA CEPPAS, participação especial LIRINHA 

Desenho de Luz: JORGINHO DE CARVALHO 

Figurinos: CLÁUDIA KOPKE 

Produção local: FREE LANCER PRODUCÇÕES

Assessoria de Imprensa local: DIVULGA AÇÃO

Duração: 1h06 minutos

 

*Serviço:

Apresentação do espetáculo “Cão Sem Plumas”

Dia e horário: Dia 30.07 (domingo), às 18h

Local: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro)

Classificação indicativa: Livre

Valores do ingresso: Plateia inferior – R$ 156,00 (inteira) e R$ 78,00 (meia); Plateia superior – R$ 128,00 (inteira) e R$ 64,00 (meia); Plateia social R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia).

*Vendas:

Sympla – https://encurtador.com.br/MNR23

Bilheterias do Cineteatro: Domingos com atividades para público, o funcionamento é a partir de duas horas antes do horário de início do espetáculo.

* Após o horário de início do espetáculo informado no ingresso, haverá uma tolerância de 10 minutos para a entrada do público. Após a tolerância, não será permitido o acesso.

>Obs: a foto de capa da matéria é, também, de autoria de Cafi.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir