Segundo levantamento do Demografia Médica CFM, o Brasil possui 575.930 médicos em atividade, representando uma proporção de 2,81 profissionais para cada mil habitantes.
Esses dados apresentam um aumento significativo na quantidade de médicos no país, no qual, de acordo com Conselho Federal de Medicina (CFM), é consequência das iniciativas como a expansão do ensino médico e o aumento da demanda por serviços de saúde. O maior crescimento no número de médicos no Brasil foi registrado entre anos de 2022 e 2023, quando a quantidade subiu de 538.095 para 572.960, tendo um aumento de 6,5%.
Pediatra e sanitarista do Sistema Único de Saúde (SUS), Paulo Bonilha, diz que esse crescimento é positivo para o Brasil, uma vez que, segundo o mesmo, há cerca de 12 anos o país possuía apenas aproximadamente 1,2 médicos para cada mil habitantes. Além disso, Bonilha afirma que esse crescimento é consequência está atrelado políticas públicas, como o programa Mais Médicos, no qual investiram na expansão nas faculdades de medicina e no incentivo à vinda de profissionais do exterior para suprir a demanda nacional por assistência médica.
No entanto, o pediatra ressalta que este ainda não é o melhor cenário para o país, uma vez que o Brasil ainda não possui a quantidade de médicos recomenda pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 3,5 profissionais para cada mil habitantes. De acordo com Bonilha, a perspectiva é que o país alcance esta marca apenas em 2030.
Além de tudo isso, o levantamento da Demografia Médica CFM ainda revela que há uma disparidade regional significativa na distribuição de médicos pelo país. O estudo afirma que o Sudeste possui uma maior quantidade de profissionais, tendo 3,76 médicos por mil habitantes. Enquanto isso, a região Norte do país possui a menor proporção, com apenas 1,73 médicos por mil habitantes. Já o Nordeste mesmo tendo 19,3% dos médicos de todo país, possui uma proporção de apenas 2,22 profissionais por mil habitantes.
Especialista em orçamento, Cesar Lima, afirma que essa grande diferença na quantidade de médicos em cada região do Brasil, é consequência de um problema antigo de estrutura no país. O mesmo explica que, mesmo com existência de programas como o Mais Médicos, o Brasil ainda passa por um desafio em garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde em todo o território nacional.
