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Renda em Eusébio é quase 5 vezes maior que em Miraíma

Foto: Reprodução

Os residentes de Eusébio, município cearense com o maior rendimento mensal domiciliar per capita, recebem quase cinco vezes mais (4,7) do que os habitantes de Miraíma, a cidade com o menor rendimento do Estado.

A informação integra o Censo Demográfico, com foco em trabalho e rendimento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada.

O município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, possui rendimento mensal domiciliar per capita médio de R$ 2.513, enquanto em Miraíma esse montante é de R$ 453.

Cidades com o maior rendimento

  • Eusébio: R$ 2.512
  • Fortaleza: R$ 1.699
  • Limoeiro do Norte: R$ 1.128
  • Crato: R$ 1.060

Cidades com o menor rendimento

  • Miraíma: R$ 453
  • Barroquinha: R$ 509
  • Salitre: R$ 544
  • Araripe: R$ 545

Desenvolvimento

A cidade de Eusébio frequentemente ocupa as primeiras posições em rankings e estudos que abordam aspectos do progresso econômico. O município é, por exemplo, o único do Ceará entre os 100 mais conectados do Brasil, conforme dados da Anatel.

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, também identificou o Eusébio como a cidade mais bem desenvolvida do Estado e do Nordeste, com ênfase nas áreas de emprego e renda.

O economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Wandemberg Almeida, destaca que o Eusébio teve um crescimento expressivo com a chegada de grandes empresas nas últimas décadas, atraindo novos habitantes e estabelecimentos comerciais e de serviços.

Além disso, durante a pandemia e no período seguinte à crise sanitária, o Eusébio se consolidou como uma alternativa próxima de Fortaleza oferecendo imóveis maiores e de padrão superior. “Você percebe que há um certo dinamismo imobiliário, com bastante prédios e imóveis com valores elevados e de luxo”, avalia.

Já em Miraíma, fatores como a infraestrutura atuam de forma negativa. “Quando a gente olha para cidades mais distantes como Miraíma, há limitações de logística e estruturais que acabam não atraindo investimentos, restringindo a geração de emprego e renda”, observa.

“Um município mais distante como esse pode ter também uma escolaridade mais baixa e isso acaba afetando diretamente o rendimento salarial”, completa.

Políticas de descentralização

Para redistribuir essa renda, o presidente do Corecon-CE ressalta a importância de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional que promovam a interiorização e a distribuição equitativa de investimentos.

“Esses números mostram fortemente o quanto o nosso Estado é desigual e precisa de um desenvolvimento territorial equilibrado, com infraestrutura, oferta de crédito, educação e inovação. Isso melhora a renda do trabalhador, melhora a renda do município, melhora a renda do Estado e reduz a desigualdade. Quando há essa concentração, vemos o Ceará crescendo em duas velocidades”, afirma Almeida.

Fortaleza, Limoeiro do Norte e Crato

Entre os municípios com os rendimentos mais altos, além do Eusébio, estão Fortaleza (R$ 1.669); Limoeiro do Norte (R$ 1.128) e Crato (R$ 1.060). Junto a Miraíma, os municípios de Barroquinha (R$ 509), Salitre (R$ 544), Araripe (R$ 545) e Viçosa do Ceará (R$ 548) também figuram entre os menores rendimentos do Estado.

Ceará tem o sexto menor rendimento do Brasil

No Estado, o rendimento mensal domiciliar per capita médio é de R$ 1.056, ocupando a sexta posição entre os menores do país.

Os números do IBGE também revelam os municípios com maior percentual de moradores com rendimento de até 1/4 do salário mínimo. Para esse cálculo, o IBGE considerou o salário mínimo de 2022, ano em que o Censo foi realizado, portanto o valor considerado é de R$ 1.212.

Em Miraíma, metade (50,4%) da população tem rendimento mensal domiciliar per capita de até R$ 303. Em Araripe, 47,8% da população vive nessa mesma condição. Em Barroquinha, esse índice é de 47,5%.

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