Com índice acima do registrado em 2023, a inadimplência no país sobe e fica com 29,3% da população endividada em 2024, ante os 28,8% registrados no ano anterior. Ainda que se tenha registrado um alívio no nível de endividamento das famílias brasileiras, um dado ainda mais grave se revelou: cerca de 13% das famílias não conseguem quitar suas dívidas, sendo este o maior índice já registrado na história.
Os dados foram revelados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por meio da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que mostrou também que a inadimplência estava em 77,6% em dezembro de 2023, e caiu para 76,7% no mesmo mês do ano passado, que mostra uma cautela no uso do crédito.
“A combinação de juros elevados e renda limitada impacta desproporcionalmente as famílias mais vulneráveis, reduzindo sua capacidade de absorver o aumento dos preços. É urgente a criação de políticas que incentivem o consumo de forma responsável e fortaleçam a estabilidade econômica”. [José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac]
A pesquisa revelou também que o comprometimento médio da renda familiar com dívidas caiu para 29,8%, o menor nível desde 2019. Esse comprometimento da renda se dá quando as dívidas passam a ser a maior parte do orçamento familiar. Entretanto, o prazo médio para quitação dessas obrigações aumentou para 7,4 meses, frente aos 6,9 meses registrados em 2023.
Os sinais da redução do endividamento refletem o comportamento das famílias diante de um ambiente econômico completo, como contar com uma alta da taxa Selic e a inflação mais persistente que ocasionam um aumento nos custos do crédito, o que limita o acesso a financiamentos.
No ano passado, cerca de 80,5% famílias de até três salários mínimos possuíam dívidas, reforçando a dependência do crédito para manter o padrão de consumo, mesmo que o quadro geral mostra uma procura por melhores condições de pagamento. Por outro lado, a proporção de famílias que destinam mais de 50% do seu orçamento para o pagamento de dívidas caiu ligeiramente, de 20,7% para 20,6%.
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