Mesmo com uma queda de 8,7 pontos percentuais em doze anos, o Ceará segue como o segundo estado mais católico do Brasil. Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 70,4% da população cearense com 10 anos ou mais se declara católica. O estado fica atrás apenas do Piauí, com 77,4%.
A pesquisa revela uma tendência já observada em censos anteriores: a diminuição do número de católicos e o crescimento de outras religiões, principalmente evangélicas. Em 2010, os evangélicos representavam 14,3% da população cearense. Em 2022, já são 20,8%. O grupo dos “sem religião” também cresceu, passando de 4,3% para 5,3%.

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Crato e Juazeiro do Norte têm os maiores percentuais de católicos do Brasil, com 81,3% e 81,1%, respectivamente. Considerando apenas os municípios cearenses, sem o número de habitantes, Granjeiro lidera com a maior proporção de católicos (94,6%). Em contrapartida, o menor índice de católicos foi registrado em Pacatuba (52,1%).
Em se tratando de presença evangélica, Barreira aparece em primeiro lugar com 36%. Abrangendo outras religiões, Eusébio tem a maior proporção de espíritas (1,1%), Itarema possui o maior percentual de umbandistas e candomblecistas (1%) e Itarema se destaca nas tradições indígenas (2%). Horizonte tem o maior número de pessoas sem religião (12,9%) e Granja concentra a maior presença de outras religiosidades (7,9%).
Faixa Etária
O levantamento também mostra que a religião varia conforme idade, gênero, cor/raça e escolaridade. Os católicos predominam em todas as faixas etárias, mas são mais numerosos entre as pessoas com 80 anos de idade ou mais (83,2%). Já os evangélicos têm mais adeptos entre os jovens, totalizando 24%.

Escolaridade
O grupo espírita, por sua vez, é o que apresenta os melhores indicadores educacionais: 48,1% têm ensino superior completo e apenas 1,8% são analfabetos. Já as maiores taxas de analfabetismo foram registradas entre aqueles que praticam as tradições indígenas (16,6%) e os católicos (14,7%).
Na umbanda e no candomblé, e outras religiosidades, o nível médio e superior incompleto é o mais comum entre os adeptos. Respectivamente, os percentuais são de 35,9% e 39%.
Raça
No quesito raça, a maioria das pessoas brancas se declara católica (71%), seguida por evangélicos (19,8%) e sem religião (5,3%). Apesar do catolicismo liderar em todas as raças, os evangélicos têm pelo menos 20% de presença em todos os grupos raciais.
Entre pessoas de cor ou raça amarela, 8,7% não seguem religião e 6,3% seguem outras crenças. Entre os indígenas, 61% são católicos, 23,4% evangélicos e 3,2% seguem religiões indígenas. Já a umbanda e o candomblé são mais presentes entre pessoas pretas e indígenas, com cerca de 1% de adesão, número 2,5 vezes maior que o registrado na população geral do estado.
Demais Índices
Outro dado mostra que as religiões de matriz africana triplicaram sua presença no estado, indo de 0,11% em 2010 para 0,37% em 2022. O Censo 2022 identificou ainda que a umbanda e o candomblé, e os “sem religião”, são os únicos grupos com maioria masculina.
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