A assinatura dos dois contratos finais da primeira fase da Ferrovia Transnordestina no Ceará deve ocorrer até o fim de outubro, conforme expectativa da Transnordestina Logística S.A. (TLSA), responsável pela obra. Os trechos em questão correspondem aos lotes 9, entre Baturité e Aracoiaba, e 10, entre Aracoiaba e Caucaia.
O lote 10, com extensão de 51 quilômetros, deve ser contratado primeiro, com previsão de assinatura até o final de setembro, dentro de um prazo de 60 dias. Já o lote 9, que corta o Maciço de Baturité, deve ter contrato formalizado até outubro.
A fase inicial da ferrovia compreende a ligação entre São Miguel do Fidalgo (PI) e o Porto do Pecém (CE). Com a contratação desses dois últimos lotes, prevista para o mesmo mês em que a ferrovia começará a operar, o cronograma segue conforme projetado pela concessionária.
A operação parcial da ferrovia está prevista para iniciar em outubro, no trecho entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), totalizando pouco mais de 500 km de percurso. A distância equivale a cerca de 40% dos 1.206 km de extensão total da Transnordestina. Inicialmente, o transporte será focado no escoamento de grãos entre terminais intermodais dos municípios.
Além de Iguatu, também terão portos secos os municípios de Missão Velha e Quixeramobim. Esta última cidade, no Sertão Central, possui a estrutura mais avançada até o momento, sendo o único porto seco já oficializado pela Transnordestina.
Antecipação
A primeira fase da ferrovia representa quase 90% da extensão total do empreendimento. O trecho restante, de aproximadamente 140 km, ligará São Miguel do Fidalgo a Eliseu Martins (PI), sendo classificado como fase 2 do projeto.
Prevista inicialmente para começar somente após a conclusão da fase 1, a etapa final teve seu cronograma antecipado. Segundo o presidente da TLSA, Tufi Daher Filho, as obras da fase 2 terão início no primeiro semestre de 2026, com entrega projetada para junho de 2028. Na previsão anterior, a conclusão da fase 2 ocorreria apenas em 2029.
Originalmente, o traçado da Transnordestina previa um formato em “T” invertido, com ramificações tanto para o Porto de Suape (PE), quanto para o Porto do Pecém (CE). No entanto, em 2022, a TLSA excluiu da concessão o trecho entre Salgueiro e Suape, alterando o traçado para um “L” invertido, concentrando a conexão com o Pecém. Esse segmento, porém, deve ser retomado em agosto pelo Governo Federal.
Investimento Total
Com financiamento público e privado, o custo total da Transnordestina deve ultrapassar R$ 15 bilhões. Parte dos recursos está sendo viabilizada via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), do Banco do Nordeste, sob administração da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Em 2025, a TLSA deve receber R$ 2,4 bilhões, sendo que R$ 1,4 bilhão já foi liberado em 18 de julho. A quantia restante, de R$ 1 bilhão, está prevista ainda para este ano.
Desde o início do projeto, a TLSA já captou R$ 7,1 bilhões por meio do FDNE e ainda deve receber outros R$ 1,6 bilhão até 2027. A expectativa é de que a obra esteja totalmente finalizada em setembro de 2027, completando 21 anos desde o início da construção.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.
