Durante participação na 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, realizada nesta terça-feira (05/08), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o novo pacote tarifário dos Estados Unidos terá impacto restrito sobre as exportações brasileiras. Segundo ele, apenas 4% das vendas externas do país serão afetadas e metade desse volume já possui alternativas no mercado internacional.
O ministro ponderou, no entanto, que parte desse percentual atinge segmentos mais sensíveis da economia, como a fruticultura. “Não é porque 2% ou 1,5% das exportações serão afetadas que nós vamos baixar a guarda. Nós sabemos que há, nesse 1,5%, setores muito vulneráveis. Setores que geram muito emprego, como é o caso da fruticultura. Setores que exigem da nossa parte uma atenção especial, que vai ser dada”, comentou.
A avaliação do gestor considera que os produtos mais atingidos são commodities com preço regulado internacionalmente, o que facilita a redistribuição para outros destinos. Esses são produtos primários, em geral de origem agrícola, mineral ou energética, que possuem características padronizadas. Exemplos incluem soja, petróleo, minério de ferro, café e algodão.

Haddad também atribuiu a redução dos efeitos do tarifaço à estratégia de diversificação comercial implementada nos últimos anos. Ele destacou que, no passado, os Estados Unidos chegaram a representar 25% das exportações brasileiras, participação que hoje está em 12%.
Crise Diplomática
Ao comentar a relação diplomática com o país norte-americano, Haddad classificou a medida tarifária como “não condizente com os 200 anos de relação fraterna que nos ligam ao povo dos Estados Unidos”. Finalizando sua fala, o ministro adotou tom confiante diante do cenário atual.
“Podia falar também dos recordes em investimento, tanto na indústria quanto em infraestrutura, que está vivendo o seu melhor momento em 15 anos. Temos que olhar para tudo isso em meio a essa situação geopolítica que nós estamos vivendo. Temos que olhar para tudo isso com otimismo, até porque sem otimismo eu não aconselho alguém a assumir o Ministério da Fazenda do Brasil”, concluiu.
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