Entre 1985 e 2024, o Brasil perdeu 111,7 milhões de hectares de vegetação nativa, uma área maior que a Bolívia e equivalente a 13% do território nacional, segundo o MapBiomas. O levantamento aponta que esse período concentrou os episódios mais intensos de destruição de áreas naturais desde a colonização.
A média anual de perda foi de 2,9 milhões de hectares. As florestas foram as mais afetadas, perdendo 62,8 milhões de hectares, seguidas por áreas úmidas, que registraram queda de 22%. Grande parte do território convertido passou a ser usada como pastagem (62,7 milhões de hectares) e para agricultura (44 milhões), com Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul liderando a ocupação agrícola.

Entre os biomas, a Amazônia perdeu 52,1 milhões de hectares; o Cerrado, 40,5 milhões; a Caatinga, 9,2 milhões; a Mata Atlântica, 4,4 milhões; e o Pantanal, 1,7 milhões. O Pampa foi proporcionalmente o mais afetado, com 30% do território natural suprimido, o que equivale a 3,8 milhões de hectares.
Nos últimos dez anos, o avanço da mineração e a desaceleração da agricultura levaram à formação da nova área de desmatamento conhecida como Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia). As zonas úmidas do país — incluindo florestas alagáveis, campos inundáveis, pântanos, apicum, mangues, rios e reservatórios — também sofreram redução ao longo dessas quatro décadas, com queda de 22% em sua extensão total.
O estudo, que mapeia 30 classes de uso do solo, incluiu nesta edição as usinas fotovoltaicas, com 62% das áreas concentradas na Caatinga. “É a primeira vez que a gente acrescenta uma classe de infraestrutura como mapeável dentro dos biomas, que é a classe das fazendas solares e que virou um uso da terra no Brasil”, comenta Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.
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