O Ministério da Saúde descredenciou 130 farmácias do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) em 54 cidades cearenses, incluindo a capital, Fortaleza. As unidades foram retiradas do programa por não realizarem a atualização cadastral obrigatória ou por não entregarem a documentação necessária para continuidade no serviço. Em todo o território nacional, 9.180 estabelecimentos foram desligados do programa.

Apesar disso, o Governo Federal afirma que o serviço segue ativo em 453 farmácias no Estado, oferecendo acesso gratuito a 41 tipos de medicamentos para a população.
Segundo o Ministério, o descredenciamento, divulgado no Diário Oficial da União (DOU), aconteceu após a conclusão do processo anual de recadastramento, conduzido em parceria com a Caixa Econômica Federal. A iniciativa faz parte do esforço da atual administração federal para reforçar a fiscalização e retomar o controle do programa, ações que, segundo a pasta, estavam suspensas desde 2018.
O Farmácia Popular atua como complemento à assistência farmacêutica oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e os medicamentos também podem ser obtidos por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e demais pontos da rede pública.
Na região da Parangaba, em Fortaleza, a aposentada Reggane Maria Ferreira Mota, de 74 anos, compartilha sua experiência: participou do programa por seis meses, mas optou por não continuar. “Como é barato, eu estou comprando, não estou mais pedindo”, relata a professora de biologia.
Ela utiliza medicamentos como Losartana Potássica + Hidroclorotiazida, Puran T4 e Glifage, usados para tratar hipertensão, distúrbios da tireoide e diabetes, respectivamente. Embora considere o programa “excelente”, reclama das filas extensas em algumas farmácias.
O taxista Júnior Pinheiro, de 70 anos, afirma que usa Losartana pelo Farmácia Popular há mais de seis anos. “Eu preciso do remédio. Tem gente que paga os impostos para ter direito”, afirma. Ele também destaca que seu filho é beneficiado pelo programa.
Já Geiciane Martins, de 38 anos, dona de casa, lembra que o pai, falecido há três meses, era hipertenso e diabético, e dependia do programa. “Às vezes, no postinho não tem (remédios). Quando não tinha, ele ia pegar na farmácia. Muitos remédios, saia caro”, recorda, relata.