O Nordeste deve registrar em 2025 um crescimento econômico em torno de 3%, resultado que deve superar novamente a média nacional. A projeção foi apresentada pelo presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, nesta quarta-feira (20/08), em São Paulo, durante o Fórum Cenários para o Brasil e o Nordeste, organizado pela revista Exame.
De acordo com Paulo, a região vive um momento favorável, sustentado por investimentos federais e pela ampliação da oferta de crédito produtivo. “O Nordeste vem recebendo muitos recursos por meio do Novo PAC, com 42% dos investimentos, e estamos, ano após ano, ampliando a oferta de crédito produtivo, sob a liderança do presidente Lula. O desemprego caiu a níveis muito baixos, o Brasil saiu do mapa da fome e a atividade econômica está elevada”, explicou.
O presidente do BNB ressaltou ainda que o avanço econômico do Nordeste está diretamente ligado à resposta positiva dos estados às políticas implementadas pelo Governo Federal. Aliado a isso, também há a expansão do crédito em diferentes setores, como agricultura, infraestrutura, indústria e empreendedorismo.
“Em termos de oferta de recursos, o BNB aplicou, em 2024, o valor de R$ 61,3 bilhões. No biênio 2023-2024, a média anual chegou perto de R$ 60 bilhões, valor 41% superior à média anual do período de 2019 a 2022″, comentou.
O evento reuniu especialistas, empresários e representantes do setor público em torno de temas como desenvolvimento regional, energias renováveis e agronegócio. No painel de abertura, além de Paulo Câmara, participou o vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, que apresentou iniciativas para impulsionar a economia local. O diretor do Ipea, Aristides Neto, responsável por expor dados e análises macroeconômicas sobre a região, também esteve presente.
A programação incluiu ainda o debate “Energias renováveis: o Nordeste na vanguarda da transição energética”, com representantes da ABEEólica, do Ministério da Fazenda, do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e do Conselho de Administração do BNB.
Outro ponto de destaque foi o painel “O lado agro do Nordeste – e seu papel na economia”, que discutiu o peso crescente do setor na geração de renda e empregos. Na ocasião, o BNB anunciou a meta de liberar R$ 21,9 bilhões em crédito rural no período de 12 meses do Plano Safra vigente, que se estende até junho de 2026.
Atualmente, a carteira rural da instituição soma R$ 51,2 bilhões, sendo R$ 31 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 20,2 bilhões para a agricultura familiar. Isso representa 48% do crédito rural contratado na área de atuação do banco.
