A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) aprovou o Programa de Desenvolvimento da Cotonicultura Cearense, nesta terça-feira (26/08), com o objetivo de retomar a produção de algodão no Estado. A iniciativa prevê distribuição de sementes selecionadas, assistência técnica e incentivos à produção.
O algodão foi uma das principais atividades econômicas do Ceará nas décadas de 1970 e 1980, movimentando a indústria têxtil. A partir dos anos 1990, a produção entrou em declínio devido à praga do bicudo-do-algodoeiro, à ausência de políticas de incentivo e à concorrência com outras culturas. Atualmente, o Estado não figura entre os maiores produtores e depende de algodão de outros estados para abastecer a indústria local.
O programa oferece aos agricultores cadastrados sementes adaptadas ao clima e ao solo do semiárido cearense, além de acompanhamento técnico desde o preparo do solo até a colheita. Também são previstas orientações sobre manejo sustentável, uso de insumos biológicos e medidas fitossanitárias, como o “vazio sanitário”, que impede a sobrevivência de pragas.

Outro objetivo é fortalecer a cadeia produtiva local, reduzindo a dependência externa e gerando empregos. Nesse sentido, pequenos e médios produtores, especialmente da agricultura familiar, terão prioridade na participação.
O cronograma do programa prevê que a primeira etapa de distribuição de sementes ocorra ainda este ano. Haverá também monitoramento contínuo para avaliar resultados, identificar problemas e ampliar gradualmente a política.
O líder do governo na Alece, Guilherme Sampaio (PT), classificou a medida como uma “guinada histórica” para a cotonicultura cearense. Ele destacou que o programa inclui a divulgação dos fornecedores de sementes no Portal da Transparência e considera a iniciativa estratégica para fortalecer a indústria têxtil e gerar desenvolvimento regional.
“Haverá vigilância da política pública, com semeadura em sintonia com o vazio sanitário, para não permitir o surgimento de novas pragas. Isso vai aumentar a produção e fortalecer a indústria têxtil, que hoje depende do algodão importado de outros estados”, comentou.
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