A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (29/08), a Operação Cartão Família. O objetivo foi desarticular um grupo criminoso acusado de fraudar a contratação de cartões de crédito da Caixa Econômica Federal por meio de documentos e dados falsos.
De acordo com a investigação, o esquema funcionava com a utilização de informações pessoais de terceiros para a emissão irregular de cartões, que tinham os limites rapidamente utilizados em compras realizadas em estabelecimentos suspeitos de diferentes municípios do Ceará. Entre janeiro e abril de 2024, foram identificadas 86 contratações fraudulentas, resultando na emissão de 336 cartões de crédito e em um prejuízo confirmado de R$ 637.738,54.
O núcleo central da organização, segundo a PF, realizava alterações cadastrais para direcionar os cartões a um endereço previamente escolhido, onde eram recebidos e desbloqueados com o uso de telefones vinculados a contas bancárias e chaves PIX. Há ainda indícios de utilização de identidades falsas para ocultar os responsáveis pelas operações.
A investigação teve início após a Centralizadora de Segurança em Cartão de Crédito (CECAC) da Caixa Econômica Federal comunicar às autoridades movimentações atípicas e sinais de fraude sistêmica. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes encontraram celulares, chips, cartões de crédito, documentos, cheques e outros materiais que reforçam a suspeita de que o grupo se valia de dados alheios para obter vantagens ilícitas.
Os investigados poderão responder por crimes como estelionato contra a Caixa Econômica Federal (art. 171, §3º, do Código Penal), associação criminosa (art. 288), falsidade ideológica (art. 299), uso de documento falso (art. 304) e, em alguns casos, lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998). As penas previstas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Agora, a PF segue com a análise do material apreendido para identificar outros envolvidos e detalhar a estrutura da organização criminosa.
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