PUBLICIDADE

Pinacoteca do Ceará recebe mostra gratuita de performance

Foto: Reprodução

Reforçando seu papel de abertura à diversidade artística e de criação de conexões entre a produção cearense, nacional e internacional, a Pinacoteca do Ceará recebe, a partir desta quinta-feira (11), mais uma edição de um dos principais eventos de performance do país.

Até o próximo dia 14, o museu cearense sediará a programação da 18ª edição da Verbo – Mostra de Performance Arte. As atividades de apreciação, discussão e debate terão acesso gratuito.

Participam artistas do Ceará, de outras regiões do Brasil e do exterior, compondo uma agenda que inclui apresentações performáticas, sessões de vídeos e o seminário Verbo Conjugado, que discutirá questões ligadas à linguagem.

Realizada em colaboração com a Galeria Vermelho, de São Paulo, esta edição da mostra já passou pela capital paulista, por Ribeirão Preto (SP) e, após Fortaleza, seguirá para São Luís (MA).

A primeira participação da Pinacoteca do Ceará na mostra ocorreu em 2023, quando a instituição contribuiu com a curadoria e seleção artística do evento. “Recebemos o festival transformando todos os espaços do museu (ateliês, corredores, pátio, auditório) em palco para performances. Para além da programação dos artistas nacionais e estrangeiros que se apresentaram, também realizamos oficinas e mostras de vídeo”, relembra o artista visual e diretor da Pinacoteca, Rian Fontenele.

“Diante daquela experiência que foi tão bem recebida por artistas, público e para nós do museu, ainda em sua fase inaugural, mantivemos a parceria como parte de um compromisso contínuo”, acrescenta.

“Este ano, mais uma vez, estivemos presentes desde a concepção do evento, com a participação na curadoria e na seleção dos artistas para o evento; com oficinas; ocupando o museu com ações em todos os espaços e, ainda, com um seminário reunindo artistas e pesquisadores locais em diálogo com os convidados de fora”, completa Rian.

O diretor ressalta que a relação entre a instituição e a mostra representa “um caminho estratégico para cumprir nossa missão de ser uma plataforma de intercâmbio e difusão da arte contemporânea”.

Além da participação de artistas de fora, um dos destaques é a forte presença cearense na programação, desde os vídeos, com Lyz Vedra e Fluxo Marginal, passando pelas performances, como a de Trojany, até o seminário, com nomes como Bárbara Banida, Pablo Assumpção, o coletivo No Barraco da Constância Tem! e Alexandre Veras.

Na mostra de vídeos, Lyz Vedra participa com a obra “Apesar de Você Continuarei Viva”, e também com uma fala ao público antes da sessão de sexta-feira (12).

O trabalho audiovisual, define a cearense ao Verso, se vale da fabulação para elaborar a pesquisa dela, que borra fronteiras entre o humano e o vegetal. “(Ele) mergulha em questões existenciais, sociais e históricas, abordando a regeneração do corpo e da vida por meio do resgate de uma relação profunda com práticas ancestrais e com os outros seres não humanos, como as plantas”, descreve.

Foto: Reprodução

Aspectos conceituais e técnicos serão detalhados por Lyz durante sua apresentação no dia 12. “Compartilharei elementos que me ajudaram a construir e desenvolver o processo criativo da obra”, afirma.

Já na quinta-feira (11), dia de abertura da mostra, a artista cearense Trojany apresenta a performance “A noite mais bonita é quando somos o céu”, iniciando na entrada da Pinacoteca e seguindo até a Praça da Estação. A obra destaca o que a artista descreve como “a prática cotidiana da performance”.

“Do nada você tá passando e vê um ser passando e, depois, some e você nunca mais vê. Isso nos tira dessa lógica produtivista neoliberal e nos coloca dentro de outra atmosfera e relação com o mundo”, aponta.

Trojany ressalta, ainda, uma perspectiva ancestral no próprio trabalho: “Na arte contemporânea isso se instaura com esse nome de performance, mas para mim as minhas referências estão muito mais ligadas a práticas ritualísticas, ancestrais, do corpo diante de um espaço e de um tempo buscando conexão com a natureza, a comunidade”.

“A noite mais bonita é quando somos o céu”, inclusive, é fruto desse movimento, ampliando as pesquisas da artista sobre o conceito de “arquivo”, que se iniciaram ligadas aos álbuns familiares e arquivos digitais. A obra foi desenvolvida na residência artística JA.CA, de Minas Gerais.

“Começo a entender outras noções de arquivo indo além da imagem fotográfica ou da família, então começo a pensar que o céu, um animal em extinção ou um animal de determinado território pode ser um arquivo, contar uma história”, ressalta Trojany.

Na performance, a artista investiga a relação dos povos originários com o céu no Brasil e no Ceará. “Esse céu que a gente vê agora é o mesmo céu que a gente via há muitos e muitos milhões de anos, então (é sobre) como ele é um arquivo, diz algo para nós da mesma forma como dizia a povos que estavam há 2 mil anos habitando esse território”, aprofunda.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir