Um levantamento do Desigual Lab, plataforma do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), revela que no bairro Pirambu um em cada cinco bebês nasce de mãe adolescente. Isso significa que 19% dos nascidos vivos na região são filhos de jovens de até 19 anos. A tendência se repete em outros bairros com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Barroso (17,3%), Floresta (17,2%), Bom Jardim (16,8%) e Curió (16,6%). Nas áreas mais ricas da capital, os índices praticamente zeram.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), até 23 de agosto deste ano, foram registrados 1.725 nascidos vivos de mães adolescentes em Fortaleza. Desses, 69 eram de jovens entre 10 e 14 anos e 1.656 de adolescentes de 15 a 19 anos. A média é de 215 partos mensais ou 7,2 por dia. Não houve registro de óbitos maternos nessas faixas etárias.

O problema, entretanto, vai além das fronteiras da capital. Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), apontam que, no Brasil, 1.043 adolescentes se tornam mães diariamente, o que equivale a 44 bebês por hora. Entre esses, dois são filhos de meninas com idades entre 10 e 14 anos.
Ceará
No Ceará, um estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) mostra queda de 29,21% na proporção de nascidos vivos de mães adolescentes entre 2017 e 2022. Em 2017, 92 municípios apresentavam índices entre 20,01% e 31,25%, enquanto em 2022 esse número caiu para nove.
Meninas negras entre 15 e 19 anos representam 92% dos casos de gravidez nessa faixa etária. Fortaleza registra 5% a mais do que a média estadual. Nesse sentido, a SMS orienta que adolescentes com suspeita de gravidez busquem uma das 134 unidades básicas de saúde de Fortaleza, onde podem confirmar a gestação, iniciar o pré-natal e receber acompanhamento sobre planejamento familiar.
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