Em 2024, quase um terço das prefeituras do Ceará não conseguiu arcar com suas despesas básicas, como salários de prefeitos e vereadores. O dado consta no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2025, que revela a vulnerabilidade fiscal de 59 municípios cearenses que registraram nota zero no indicador Autonomia. Esse índice mede se a arrecadação própria é suficiente para sustentar os custos essenciais da administração municipal.
No Estado, 168 das 181 cidades avaliadas (92,8%) obtiveram pontuação baixa, evidenciando a dependência de recursos federais para manter a máquina pública em funcionamento. A média estadual no indicador Autonomia foi de apenas 0,1887, 57,1% inferior à média nacional, de 0,4403. Entre os destaques, Aquiraz, Eusébio, Fortaleza e São Gonçalo do Amarante receberam a pontuação máxima. Já os dados de Graça, Meruoca e Penaforte foram desconsiderados por inconsistências.

O IFGF, elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), avalia, além da Autonomia, os gastos com pessoal, investimentos e liquidez municipal. A análise abrangeu 5.129 municípios brasileiros, representando 95,6% da população, e classificou os resultados em quatro faixas: crítico (abaixo de 0,4), difícil (0,4 a 0,6), bom (0,6 a 0,8) e excelente (acima de 0,8).
No panorama nacional, o IFGF aponta que um em cada quatro municípios depende de repasses federais para cobrir despesas básicas. Entre as cidades analisadas, 1.282 receberam nota zero no indicador Autonomia, enquanto 3.210 apresentaram pontuação crítica ou difícil.
Autonomia das cidades cearenses (181 municípios):
- Crítico: 157 (87%)
- Difícil: 11 (6%)
- Bom: 8 (4%)
- Excelente: 5 (3%)
Autonomia no Brasil (5.129 municípios):
- Crítico: 2.708 (52,8%)
- Difícil: 502 (9,8%)
- Bom: 466 (9,1%)
- Excelente: 1.453 (28,3%)
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