O município de Boa Viagem é atualmente o foco de uma pesquisa mineral que investiga a presença de diamante industrial na região. O estudo, válido até 2028, busca avaliar se a extração da pedra pode ser viável economicamente para uso industrial. O processo é conduzido pela empresa H C Mineração Ltda., que assumiu a pesquisa após a solicitação inicial feita pela Construtora JT, do Maranhão.
A autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), foi concedida em janeiro de 2025, com validade de três anos, prorrogáveis mediante justificativa formal. A área em análise cobre cerca de dois mil hectares fora da zona urbana de Boa Viagem.

De acordo com o MME, o Brasil possui 220 concessões ativas de lavra para diamante, abrangendo tanto gemas quanto pedras industriais. Quando somadas todas as fases, incluindo autorizações de pesquisa e lavras garimpeiras, o número ultrapassa 3,2 mil processos. No Ceará, existem ao menos 65 processos em diferentes estágios relacionados a gemas, destacando o potencial do estado na exploração mineral.
Mineração
O estudo realizado em Boa Viagem integra um cenário mais amplo de exploração mineral no Ceará. A Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) aponta oportunidades em minerais estratégicos, incluindo as chamadas “terras raras”, como cobalto e cobre, que são utilizados na indústria eletrônica e de energias renováveis.

O urânio, presente na jazida de Itataia, em Santa Quitéria, também figura entre os recursos de interesse do setor. O levantamento foi baseado em informações da ANM e do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Vale destacar que a simples identificação de depósitos minerais não garante a transformação em mina. Além do investimento inicial, fatores ambientais, sociais, fiscais e jurídicos influenciam a viabilidade dos projetos.
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