A maioria dos fortalezenses (75,2%) considera que sua situação financeira melhorou em comparação ao ano passado. O dado ajuda a explicar o desempenho do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que atingiu 116,8 pontos em setembro, alta de 0,2% frente a agosto (116,6). Apesar da leve melhora, o indicador ainda está abaixo do patamar registrado no mesmo mês de 2024 (120,7), sinalizando um otimismo mais moderado. Os dados são da Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC).
O avanço foi puxado pelo Índice de Situação Presente (ISP), que cresceu 1,5% e passou de 111,1 para 112,8 pontos, refletindo a melhora no orçamento das famílias e no mercado de trabalho. Em contrapartida, o Índice de Expectativas Futuras (IEF) caiu 0,6%, para 119,6 pontos, revelando cautela com o cenário macroeconômico, tarifas e incertezas políticas — embora 82,8% dos entrevistados mantenham boas expectativas em relação à própria vida financeira.
No recorte nacional, 54,7% dos consumidores da Capital projetam melhora no país nos próximos 12 meses. Para a Fecomércio, o resultado combina um presente mais favorável, com renda e emprego em recuperação, a um futuro visto com alguma reserva.
Intenção de consumo
A disposição para gastar permanece positiva, mas menos intensa. A intenção de compra recuou de 35,0% (agosto) para 34,3% (setembro), abaixo dos 36,8% de um ano atrás. O apetite é maior entre jovens de 18 a 24 anos (44,8%), pessoas com renda acima de sete salários mínimos (57,2%) e mulheres (34,3%). O valor médio previsto de compra é de R$ 635,04.
Entre os itens que devem movimentar o comércio até dezembro estão móveis e decoração (18,1%), geladeiras (15,9%), vestuário (15,5%), TVs (14,4%), celulares (11,0%) e fogões (8,8%). Segundo a Fecomércio, o perfil é típico do fim do ano e favorece tíquetes mais altos, apoiados por promoções e crédito direcionado.
Para Cláudia Brilhante, diretora Institucional da Fecomércio Ceará, o resultado reforça a confiança do consumidor. “O cenário atual revela um perfil mais favorável de consumo, especialmente voltado para bens duráveis, o que é positivo para o comércio”, afirma.
Endividamento em queda
A Pesquisa do Endividamento do Consumidor aponta que 68,7% dos fortalezenses estavam endividados em setembro, queda de 4,3 pontos percentuais frente a agosto (73,0%) e abaixo do índice de setembro de 2024 (75,1%). O movimento sugere alívio no comprometimento da renda.
Por outro lado, a taxa de consumidores com contas em atraso voltou a crescer levemente: de 20,6% em agosto para 21,0% em setembro. O dado mostra que, embora mais pessoas estejam conseguindo reduzir dívidas, a parcela inadimplente permanece estável em patamar elevado.
O perfil do endividado se concentra em homens (69,3%), jovens de 25 a 34 anos (77,7%) e famílias com renda entre três e sete salários mínimos (69,6%). Já entre os inadimplentes predominam homens (22,2%), pessoas de 25 a 34 anos (24,6%) e lares com renda de até três salários mínimos (21,8%).
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