
Nesta segunda-feira (29/09), a população da capital cearense enfrentou o impacto da suspensão de 25 linhas de ônibus, além da redução de frota em mais 29 trajetos. De acordo com o Sindiônibus, a medida deve afetar cerca de 9 mil passageiros que dependem dessas rotas diariamente. O sindicato afirma, ainda, que a decisão foi motivada pelo desequilíbrio financeiro enfrentado pelas empresas. A principal justificativa é a dificuldade para manter salários e garantir a operação do sistema.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), por sua vez, informou que não autorizou nenhuma dessas mudanças. De acordo com o presidente George Dantas, qualquer alteração na rede precisa ser formalizada por meio de ordem de serviço junto às concessionárias. Diante da repercussão, a gestão municipal avalia medidas contratuais e busca diálogo com as empresas para tentar restabelecer os serviços.
Entre as linhas afetadas está a 1310 (Siqueira / Hospital Universitário do Ceará), que servia como ligação direta para a unidade de saúde. Passageiros, inclusive, relataram surpresa com a retirada do transporte, já que não houve aviso prévio suficiente e as rotas chegaram a desaparecer dos aplicativos de monitoramento em tempo real.
Essa mudança representou um prejuízo à rotina, especialmente para trabalhadores, estudantes e pessoas que utilizam o transporte para consultas médicas. A expectativa é de que as negociações entre o sindicato e a Prefeitura possam reverter ou amenizar os efeitos da suspensão.
De acordo com o presidente do Sindiônibus, não houve surpresa: a Etufor havia sido informada há uma semana sobre essa suspensão. Segundo Dimas, essa medida se tornou necessária devido ao déficit financeiro do sistema.
Linhas de ônibus suspensas
Os relatos da população demonstram que cada pessoa prejudicada tem se organizado como pode, buscando alternativas de transporte, seja enfrentando maiores tempos de deslocamento em linhas sobrecarregadas ou apelando para o transporte por aplicativo.
A situação tem gerado reações no mundo político. A deputada estadual Larissa Gaspar (PT) protocolou um ofício junto ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) nesta segunda-feira. A parlamentar denunciou a suspensão de 25 linhas de ônibus em Fortaleza, definindo a ação do Sindiônibus como “arbitrária” e “unilateral”.
No documento, Larissa solicita ao MPCE um processo que investigue a responsabilidade do Sindiônibus, bem como a tomada de decisões judiciais para garantir o retorno imediato e integral das 25 linhas suspensas.
Além disso, a deputada sugeriu a aplicação de uma multa diária em caso de descumprimento da determinação. “Estamos diante de um flagrante desrespeito ao direito fundamental ao transporte público. É inadmissível que milhares de cidadãos sejam prejudicados por uma decisão unilateral e abusiva das empresas. O transporte é um serviço essencial e precisa ser garantido com continuidade, segurança e
responsabilidade”, destacou.
Linhas afetadas
14 Aguanambi / Rodoviária II / Centro
20 Campus do Pici
22 Jardim das Oliveiras / Centro
81 Cj Ceará / Antônio Bezerra II
91 Expresso / Antônio Bezerra / Parangaba
97 Antônio Bezerra / Siqueira
106 Floresta / Centro
200 Antônio Bezerra / BRT / Centro
217 Estação / Pio Saraiva II / Antônio Bezerra
302 Rodolfo Teófilo / José Bastos / Centro
307 Parangaba / Itaóca / Jardim América / Centro
352 Solar das Águas / Green Park / Parangaba
374 Aracapé / Centro
400 Osório de Paiva / Siqueira
404 Aeroporto / Rodoviária / Benfica / Centro
501 Bairro de Fátima / Rodoviária / Centro
513 Parangaba / UECE / Luciano Carneiro
614 Curió / Terminal Washington Soares / Messejana
633 Passaré / Centro
653 Santa Fé / Messejana
668 Parque Betânia / Messejana
701 Parque Americano / Centro
835 Papicu / Câmara Municipal / Defensoria
903 Papicu / Varjota / Centro
1310 Siqueira / Hospital Universitário do Ceará