Fortaleza registra reforço nos protocolos de segurança de bares e restaurantes em resposta aos casos de intoxicação por metanol registrados em outros estados. Até o momento, não há casos suspeitos ou confirmados no Ceará.
Nesse sentido, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) solicitou maior fiscalização da produção de bebidas alcoólicas e orientou os empresários a checarem a procedência dos insumos. Com isso, estabelecimentos da capital cearense divulgaram notas oficiais afirmando que utilizam apenas produtos de fornecedores homologados.

De modo a orientar os gestores do setor, a Abrasel promove treinamentos sobre adulteração de bebidas. Segundo Taiene Righetto, presidente da Associação, as medidas tem caráter preventivo e não foi registrada queda no consumo nos estabelecimentos de Fortaleza.
“Redobramos a atenção dos restaurantes não só de onde comprar, mas como avaliar problemas: bebidas não lacradas, rótulos tortos, um cheiro diferente. São vários fatores e precisamos treinar todos para minimizar esse problema, também cobrando fortemente as autoridades para combater essa pirataria”, pontuou.
Recomendações
Entre as medidas recomendadas, estão a observação das informações dos rótulos, a exigência de nota fiscal e a destruição de garrafas antes do envio à reciclagem, impedindo o uso por grupos criminosos que falsificam bebidas. Consumidores também são alertados a desconfiar de preços muito baixos, de estabelecimentos sem padrões de higiene e de locais sem registro formal.

O Procon Fortaleza orienta que clientes exijam nota fiscal e verifiquem lacres e rótulos antes de consumir bebidas alcoólicas. “Se for comprovado que houve má-fé do estabelecimento, seja o fabricante ou o fornecedor final, pode ser penalizado em interdição do estabelecimento e multa de até R$ 18 milhões”, alertou Eneylândia Rabelo, presidente do Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor.
O que diz o Governo Federal?
O registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é obrigatório para produção, engarrafamento, exportação ou importação de bebidas. Segundo a pasta, a maioria das intoxicações por metanol envolveu pessoas em situação de vulnerabilidade social, especialmente moradores de rua, que consumiram álcool adulterado vendido em postos de gasolina.
Segundo o Governo Federal, até o momento, foram registrados 22 casos de intoxicação em todo o país, sendo 7 confirmados e 15 em investigação. As bebidas envolvidas incluem gin e vodka, e um dos casos ocorreu em um bar da zona nobre de São Paulo.
O metanol é altamente inflamável e pode causar cegueira ou morte mesmo em pequenas doses. Entre os sintomas estão visão turva, perda de visão, náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese. Em caso de suspeita de intoxicação, os pacientes devem procurar atendimento médico imediato e contatar os seguintes serviços:
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Ciatox Ceará: 3255-5012 / 3255-5050 | WhatsApp: (85) 9.8439-7494
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 (válido para todo o país)
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