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Após ataque, Sobral testa novo sistema de segurança em escola

Foto: Reprodução

A Escola José Parente Prado, da rede municipal de Sobral, localizada na Região Norte do Ceará, está recebendo nesta semana a instalação de uma torre de vigilância equipada com câmeras e sistema de reconhecimento facial para os estudantes. O projeto-piloto, conforme a Secretaria Municipal da Educação, será iniciado nesta sexta-feira (3) na escola do bairro Sumaré, área marcada por alta vulnerabilidade social.

Segundo a gestão, a proposta já vinha sendo elaborada desde março, mas teve sua execução acelerada após o ataque ocorrido em uma escola estadual da cidade, que resultou na morte de dois alunos e deixou outros três feridos, no último dia 25 de setembro.

O sistema em fase de teste, segundo a secretária municipal de Educação, Cynira Kézia Rodrigues, é o mesmo utilizado anteriormente pela empresa privada Gamma Serviços e Sistemas, de Brasília, em uma escola cívico-militar da cidade de Tianguá.

O projeto em Sobral prevê a instalação de dispositivos de reconhecimento facial, câmeras de monitoramento, uma torre de segurança com visão de 180°, equipada com botão de emergência e o envio de dados em tempo real tanto para a Secretaria quanto para os responsáveis pelos alunos.

A escola escolhida para receber o projeto piloto atende cerca de 1.100 alunos e foi selecionada por estar situada em uma área de risco social e por contar com turmas do Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano). De acordo com a secretária, os rostos dos alunos serão cadastrados no sistema de reconhecimento facial, com autorização prévia dos pais ou responsáveis.

“Uma equipe veio me apresentar esse projeto. É um projeto que tem um poste na porta da escola, tem câmeras que ficam monitorando quem entra e passa pela escola. Nesse poste tem um botão de pânico, caso aconteça qualquer coisa indevida, a gente aciona esse botão e acionar também a Polícia. A criança entra, os colaboradores entram (na escola) e passam em um aparelho que detecta o rosto dele. Colocamos próximo um porteiro para caso não passe o rosto da pessoa, ele ser impedido de entrar na escola”, afirmou Cynira Kézia Rodrigues, Secretaria Municipal de Sobral.

Funcionamento dos dispositivos

Os dispositivos são conectados à Central de Comando e Operações (CCO) da empresa, que se comunica diretamente com a Guarda Municipal e a Polícia Militar, segundo a Prefeitura. O sistema também envia, via aplicativo, notificações instantâneas aos pais, informando se os filhos compareceram à escola naquele dia.

“Após a gente ver que deu certo, iremos ampliar para as outras escolas, começando por aquelas que têm fundamental dois”. A rede municipal de Sobral possui 89 escolas, das quais 19 atendem alunos do Ensino Fundamental II. O custo mensal do projeto piloto é de R$ 6 mil, financiado com recursos da própria Prefeitura.

“A empresa veio falar comigo em março e ficamos analisando onde deveria colocar, quais escolas”, completa. Caso a iniciativa seja ampliada, o custo aumentará proporcionalmente ao número de escolas incluídas. Ao todo, a rede municipal atende 32 mil estudantes.

Questionada sobre a escolha da escola, a secretária destaca que a prioridade eram escolas de fundamental II e a Escola José Parente Prado tem “um olhar diferenciado” pelo que “acontece no entorno do bairro”. Além disso, o fato de ter mais de 1.000 alunos contribuiu para essa seleção. “Vamos ter um monitoramento bem real, se vai funcionar, se vai ter viabilidade para o futuro”, acrescentou.

A análise terá duração de dois meses. Após esse prazo, feita a avaliação, será definida se haverá a expansão para outras escolas. Perguntada sobre o envolvimento da comunidade escolar na decisão, a secretária afirmou que a escola conta com um conselho gestor (formado por pais, docentes, estudantes e direção), e que foi informada de que a proposta recebeu aprovação desse grupo.

Retomada das aulas na escola estadual

Na Escola de Ensino Médio Luís Felipe, localizada no bairro Campo dos Velhos, onde ocorreu o atentado a tiros em 25 de setembro, as aulas estão previstas para retornar no dia 6 de outubro.

De acordo com a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), até lá, a escola com 81 anos de história e mais de mil alunos, vem realizando ações de apoio psicossocial voltadas a professores, funcionários, estudantes e seus familiares, como forma de prepará-los para o retorno.

A Polícia segue investigando o caso. Um dos suspeitos foi preso no dia seguinte ao ataque e teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia realizada no sábado (27). As apurações indicam que o ataque foi planejado e teria como motivação uma disputa entre facções criminosas.

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