As 60 mil garrafas de cachaça apreendidas na Grande Fortaleza pela Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz) serão submetidas a exames da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), diante da suspeita de contaminação com metanol. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE-CE) informou que a carga só será liberada após a análise do conteúdo dos recipientes.

A empresa responsável pelas bebidas chegou a solicitar na Justiça a liberação da mercadoria, mas o pedido foi negado após manifestação do Núcleo de Demandas Estratégicas da PGE-CE, que destacou os riscos sanitários e fiscais do caso.
“Diante da gravidade do caso, que tratou de um crime contra a ordem tributária somado ao risco de contaminação das 60 mil garrafas de bebidas com metanol, a Procuradoria-Fiscal da PGE-CE, por meio do Núcleo de Demandas Estratégicas, manifestou-se nos autos do processo judicial no qual a empresa buscava a liberação da mercadoria antes mesmo da citação do estado do Ceará, requerendo o indeferimento da liminar”, informou a Procuradoria nessa quinta-feira (2).
O alerta ocorre em meio ao crescimento de casos de intoxicação por metanol no Brasil. Desde o último fim de semana, diversas pessoas foram internadas em diferentes estados, algumas com sequelas graves, como perda da visão, e outras chegaram a morrer. Em São Paulo, uma morte já foi confirmada e cinco casos seguem em investigação.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) também atuou na operação e reforçou a necessidade de manter a carga apreendida.
“O Comitê também vem atuando para combater irregularidades e fraudes de mercadorias. No momento, dedicamos atenção especial e apoio à fiscalização de cargas sensíveis, como bebidas alcoólicas, combustíveis, cigarros e fumo, ainda mais neste contexto atual de contaminação de bebidas com metanol”, destacou o promotor Felipe Diogo Siqueira Frota, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do MPCE.