
No Brasil, 78% das crianças com até três anos de idade costumam ser expostas a telas, em média, entre 2 e 3 horas por dia. Já 94% dos pequenos, de quatro a seis anos, utilizam dispositivos eletrônicos diariamente. Foi o que apontou uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, que também identificou que a exposição em excesso preocupa 40% dos cuidadores de crianças de até 6 anos. Eles acreditam que os pequenos passam mais tempo do que o ideal em frente às telas.
O estudo, solicitado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), foi conduzido entre os dias 8 e 10 de abril deste ano, e ouviu 2.206 pessoas em todo o Brasil, sendo 822 delas responsáveis diretos por crianças pequenas. Diante desse cenário, surge a necessidade de refletir sobre como permitir o uso de telas por crianças de forma equilibrada, sem que isso afete negativamente seu desenvolvimento.
Para a psiquiatra infantil da Afya Educação Médica, Thays Mendes, o problema, e também a solução, está na idade em que se inicia o contato, no intervalo e na duração da exposição. “A nossa Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que crianças com menos de dois anos não tenham nenhum contato com telas. Já entre dois e cinco anos, o recomendado é que essa exposição seja de até uma hora por dia. E, dos seis aos 10 anos, entre uma a duas horas por dia”, afirmou.
A pesquisa mostra que 38% dos responsáveis avaliam que o tempo de exposição identificado é adequado, enquanto 22% consideram que ele é inferior ao necessário. Ao mesmo tempo, 56% entendem que o excesso é nocivo à saúde, com 42% reconhecendo o efeito negativo na socialização.