Em 2024, o investimento em ações de impacto social no Brasil ultrapassou R$ 6,2 bilhões, indicando um crescimento de 19,4% sobre o ano anterior. Os números constam na pesquisa Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2025, divulgada nesta quinta-feira (23/10) pela Comunitas, laboratório de ideias voltado ao fortalecimento da gestão pública brasileira.
Patrícia Loyola, diretora de investimento social da Comunitas, afirmou que o resultado configura um dos anos mais expressivos da série histórica, atrás apenas de 2020. Na época, recursos extraordinários foram direcionados para minimizar os impactos da pandemia de covid-19.
O estudo aponta que o crescimento do investimento social corporativo foi impulsionado principalmente pelos recursos próprios das organizações, que totalizaram R$ 4,79 bilhões, um aumento de 35% em relação a 2023. Já os recursos incentivados alcançaram R$ 1,42 bilhão.

No topo das prioridades dos investidores sociais estão educação e cultura, mas a inclusão produtiva vem ganhando destaque. “A gente vê inclusão produtiva subindo muito em termos de importância, para olhar para uma educação de qualificação profissional, que é uma dor social dos negócios, é uma dor de falta de mão de obra qualificada”, comentou Patrícia.
O relatório também mostra que ações voltadas a emergências climáticas se tornaram comuns em 2024. Segundo a diretora, é fundamental que essas iniciativas avancem para projetos estruturantes de longo prazo, diminuindo os efeitos das mudanças climáticas. Enquanto isso, o setor industrial concentra esforços em múltiplas causas, atendendo demandas locais em infraestrutura, saúde, educação e segurança pública. Já o setor de serviços direciona investimentos a áreas específicas, como educação.
O estudo destaca ainda que os jovens continuam sendo a população prioritária para investimentos sociais. Além disso, a pesquisa mostra que o movimento de co-investimento vem crescendo. Ou seja, empresas estão cada vez mais se aliando a cadeias de valor, parceiros setoriais e organizações do mesmo setor para ampliar o alcance dos projetos.
A 18ª edição do BISC reuniu informações de 337 unidades de negócios e 22 institutos e fundações corporativas. O levantamento traz dados inéditos sobre volumes de investimento, fontes de financiamento, setores econômicos e distribuição por áreas temáticas sociais.
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