A Operação Dose Limpa, coordenada pela Superintendência Federal de Agricultura no Ceará (SFA/CE) e realizada na quarta-feira (22/10), contou com a participação da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis). O intuito era combater a adulteração e o comércio ilegal de bebidas alcoólicas destiladas na capital cearense. Na ocasião, dois estabelecimentos foram alvo da ação, escolhidos com base em levantamentos que indicaram irregularidades fiscais e suspeita de clandestinidade.

No bairro Pirambu, agentes da fiscalização constataram que um comércio de varejo e atacado de bebidas operava sem alvará e apresentava condições inadequadas de higiene, infraestrutura e organização dos produtos. Durante a inspeção, foram identificadas bebidas com sinais de adulteração, resultando na interdição cautelar e apreensão dos lotes para análise, além do auto de infração.
Uma casa de eventos no bairro Henrique Jorge também foi alvo da operação. A fiscalização encontrou produtos alimentícios sem procedência e sem a rotulagem obrigatória, além de irregularidades sanitárias. A Perícia Forense do Ceará (Pefoce) identificou falsificação nos selos de importação e realizou a apreensão das bebidas, enquanto o proprietário foi conduzido à Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) para prestar esclarecimentos.

Para garantir a segurança do consumo, peritos da Pefoce utilizaram equipamento portátil capaz de detectar metanol nas bebidas. Nenhum dos estabelecimentos apresentou a substância durante as inspeções.
Na quinta-feira (23/10), a operação se estendeu a dois estabelecimentos no bairro Maraponga, resultando na apreensão de aproximadamente 200 mil litros de bebidas suspeitas. Autos de infração e termos de fechamento foram emitidos, e o material será submetido à perícia para confirmação de adulteração, conforme informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE).

As fiscalizações foram motivadas por casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas destiladas em todo o país, que causaram dez mortes confirmadas pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (22/10). No Ceará, 11 casos suspeitos foram notificados, com dez descartados e um ainda em análise no município de Fortim.
As investigações prosseguem e os responsáveis podem responder criminalmente por adulteração ou falsificação de produtos. Eles também poderão responder por crimes fiscais, caso seja confirmada a ausência de selos de controle.
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