PUBLICIDADE

Inadimplência das famílias chega a 30,5% em outubro, aponta CNC

O índice de endividamento das famílias brasileiras registrou alta em outubro e atingiu 79,5%, conforme levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nessa terça-feira (04/11), e representa a terceira elevação consecutiva.

No mesmo período, a proporção de lares com contas em atraso subiu para 30,5%, o maior percentual da série histórica. Entre os entrevistados, 13,2% afirmaram não ter condições de quitar o que está pendente.

Entre as famílias com débitos vencidos, o tempo de atraso também cresceu. O levantamento mostra que 49% permanecem inadimplentes há mais de 90 dias, maior nível desde dezembro do ano passado. Além disso, subiu de 31,1% para 32% a parcela de lares com dívidas que ultrapassam um ano de duração.

Inadimplência das famílias chega a 30,5% em outubro, aponta CNC
Foto: Reprodução

O movimento ocorre em um momento considerado estratégico para o comércio. Às vésperas da Black Friday e das promoções de novembro, a CNC avalia que o peso das dívidas e o custo dos juros tendem a reduzir o tíquete médio e concentrar as compras em produtos essenciais ou com descontos expressivos.

De acordo com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, a manutenção dos juros em patamar elevado limita a capacidade das famílias de reorganizar o orçamento. “Nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter o avanço na inadimplência, tamanho o patamar atual dos juros. Nesse cenário, o comércio já sente desaceleração das vendas, uma vez que as famílias se veem obrigadas a promover ajustes no orçamento para se adaptar a essa realidade”, comentou.

A análise da confederação aponta ainda que o crédito ao consumidor segue restrito, com maior rigor na concessão, prazos menores e custos médios altos, sobretudo no rotativo do cartão e no parcelado sem juros. Para a entidade, a combinação entre previsibilidade fiscal e redução gradual da taxa básica de juros é fundamental para amenizar o cenário de endividamento e evitar novas pressões sobre o consumo.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir