O consumidor cearense tem ido menos vezes ao supermercado, mas está gastando mais a cada visita. Segundo levantamento da gestora de crédito para o varejo DM, o número de idas mensais caiu de 12 para 3, enquanto o valor médio gasto por compra aumentou 10% neste ano — passando de R$ 143,40 para R$ 157,51.
O comportamento reflete o impacto da alta de preços dos itens básicos. De acordo com a empresa, a cesta básica da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) atingiu R$ 686,78 em outubro, mantendo-se como a mais cara do Nordeste. O valor equivale a cerca de 40% do salário mínimo, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Inflação pressiona consumo essencial
Mesmo com a leve desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) na RMF em outubro, os produtos de alimentação, bebidas, vestuário, saúde e cuidados pessoais continuam registrando aumentos. A queda nos preços de passagens aéreas e energia elétrica, que influenciou o índice geral, teve pouco impacto sobre o custo de vida das famílias no dia a dia.
Mudança de hábitos e concentração das compras
O levantamento mostra que os consumidores estão concentrando as compras no início do mês e entre os dias 15 e 20, períodos que coincidem com o pagamento de salários. A DM, responsável pela administração de cartões de compras em redes varejistas, aponta que o uso do cartão próprio das lojas está associado a tickets médios mais altos, indicando que quem utiliza o crédito da rede tende a comprar mais e com maior frequência.
Supermercados buscam estratégias para reter clientes
Para o varejo, o novo comportamento do consumidor exige ajustes nas estratégias de venda. Especialistas recomendam que os supermercados aproveitem os períodos de maior fluxo para lançar promoções e ações direcionadas.
O investimento em marcas próprias e em ofertas personalizadas pode ajudar as redes a fortalecer o relacionamento com o cliente e aumentar a fidelização, mesmo em um cenário econômico desafiador.
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