O Ceará encerrou o ano de 2023 com 292,3 mil empresas locais ativas, número 4,1% maior do que o registrado em 2022. Os dados integram as Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas unidades reuniam duas milhões de pessoas ocupadas, sendo 1,7 milhão (83,7%) de assalariados e 325,3 mil (16,3%) sócios ou proprietários.
Os salários e demais remunerações pagos no período somaram R$ 60,2 bilhões, enquanto o salário médio mensal ficou em R$ 2.797, valor 3,6% inferior ao de 2022, que era de R$ 2.902. Em termos de poder de compra, o rendimento equivale a 2,1 salários mínimos.
Predomínio de microempresas
As microempresas seguem predominando no ambiente empresarial cearense. Segundo o levantamento, 83,7% das unidades locais possuíam até quatro pessoas ocupadas, enquanto apenas 2,3% tinham 30 ou mais empregados. Apesar de representarem uma parcela reduzida, essas empresas de maior porte concentraram 62,8% do total de trabalhadores e 82,6% da massa salarial do estado.

A pesquisa também aponta que a média salarial cresce conforme o porte da empresa. Estabelecimentos com até quatro funcionários pagaram, em média, R$ 1.572, enquanto aqueles com 30 ou mais empregados registraram média de R$ 2.815. Este é o único grupo acima do valor médio geral.
Entre os segmentos econômicos, o setor público se destacou como o maior empregador, reunindo 18,6% do total de ocupados. Em seguida, aparecem o Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 17,9%, e a Indústria de Transformação, com 14,3%.
Gênero e escolaridade
A pesquisa mostra ainda que os homens representam 55,1% do pessoal assalariado e as mulheres, 44,9%, proporção semelhante à de 2022. Na época, o público feminino representava 44,7% dos assalariados. Em termos de remuneração, os homens receberam, em média, R$ 2.793,84, valor 1,2% superior ao das mulheres, que atingiu a média de R$ 2.759,40.

As Indústrias de Transformação concentram a maior presença masculina entre os setores econômicos, com 18,6% dos trabalhadores homens, seguidas pelo Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, que emprega 16,6%. Já entre as mulheres, a Administração pública, defesa e seguridade social reúne a maior parcela da força de trabalho feminina (29,2%), à frente do Comércio (14,5%) e da Indústria de Transformação (12,2%). Em setores específicos, a presença feminina é predominante, como em Saúde humana e serviços sociais (73%), Educação (62%) e Atividades financeiras e de seguros (65,9%).
No recorte por escolaridade, 77,5% dos trabalhadores assalariados não tinham ensino superior, enquanto 22,5% possuíam diploma universitário. Nesse sentido, a diferença salarial entre os dois grupos é expressiva. Quem tem nível superior recebeu quase o triplo da média dos demais: R$ 5.610,45 contra R$ 1.943,85.
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