O Ceará voltou a registrar, em novembro, todo o seu território sob condição de seca relativa, conforme a atualização mais recente do Monitor de Secas. A última vez que o estado havia apresentado esse quadro integral foi em janeiro deste ano. O novo cenário confirma a piora dos indicadores climáticos, influenciada sobretudo pela escassez de chuvas ao longo do segundo semestre.

Segundo o levantamento, 63,34% do território cearense se encontra em Seca Moderada (S1), nível em que já são observados impactos como danos a culturas agrícolas e pastagens, além da redução no volume de reservatórios, poços e cursos d’água. A situação também pode trazer dificuldades de abastecimento em algumas regiões e levar à necessidade de restrições voluntárias de uso da água.
A condição de Seca Fraca (S0) abrange 36,65% do estado, com maior incidência na faixa norte — incluindo Fortaleza e Região Metropolitana — e em áreas do sul do Ceará. Nesse estágio, já se observa déficit hídrico inicial, capaz de afetar a vegetação e atividades agropecuárias, especialmente quando persistente.
A piora registrada em novembro se deu pelo avanço da seca fraca no norte e da seca moderada no centro-sul, com impactos classificados como de curto prazo, ou seja, diretamente relacionados ao comportamento recente das chuvas e à situação hidrológica. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) destaca que a baixa pluviometria acumulada desde julho tem sido determinante para o agravamento da estiagem. Como o período chuvoso do estado se concentra de fevereiro a maio, o segundo semestre historicamente representa uma fase mais crítica para o balanço hídrico.

Sobre o Monitor de Secas
O Monitor de Secas é uma ferramenta nacional que acompanha, mês a mês, a evolução da estiagem no Brasil. O sistema reúne análises sobre intensidade e alcance da seca em cada estado, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com instituições estaduais. No Ceará, a Funceme é responsável pela operacionalização e avaliação técnica dos dados.
As informações geradas pelo monitoramento auxiliam na tomada de decisões em áreas como agricultura, gestão de recursos hídricos e formulação de políticas públicas, especialmente em regiões mais vulneráveis à variabilidade climática.
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