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Vereador acusado de integrar facção deve continuar afastado

Foto: Reprodução

O vereador por Canindé, no Ceará, Francisco Geovane Gonçalves, deve permanecer afastado das funções. Os juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiram estender por mais 180 dias o afastamento do político acusado de integrar um grupo criminoso.

Conforme publicado no Diário da Justiça Eletrônico dessa terça-feira (18), o pedido foi formulado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).

“Assim como a proibição de manter contato com os demais investigados nos autos, por qualquer meio físico ou eletrônico de modo a assegurar a efetividade da cautelar e o regular andamento da persecução penal”.

Os magistrados acentuam que o descumprimento da determinação “poderá ensejar a aplicação de medidas mais gravosas, inclusive, a decretação de sua prisão preventiva“. A defesa do vereador não foi localizada pela reportagem, e esse espaço segue aberto para possíveis manifestações futuras.

A denúncia e o primeiro pedido de afastamento foram protocolados pelo promotor de justiça Jairo Pequeno Neto, da Comarca de Canindé. Em seguida, o caso foi transferido para a Vara de Delitos de Organizações Criminosas.

Operação deflagrada

Em maio deste ano, o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Civil do Ceará (PCCE) deflagraram uma operação que teve como alvos Francisco Geovane, o empresário Maurício Gomes Coelho, conhecido como “MK”, um homem apontado como chefe da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), Francisco Flavio Silva Ferreira, o “Bozinho”, e outras 15 pessoas.

Todos eles foram denunciados pelo órgão por integrar uma organização criminosa que pratica o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro no município de Canindé.

Conforme as investigações, o grupo mantinha uma estrutura hierárquica consolidada, com divisão de tarefas em núcleos interdependentes e um núcleo operacional fixo em Canindé, comandado por um empresário do ramo da construção civil e transporte escolar.

Núcleos

A organização criminosa se dividia em quatro núcleos. O núcleo executor tinha atuação direta na comercialização de entorpecentes e execução de crimes violentos na região; o núcleo familiar era composto por parentes diretos do chefe da quadrilha, que realizavam movimentações financeiras em contas bancárias para dissimular as operações ilícitas.

Já o núcleo empresarial é formado por sócios de empresas utilizadas para ocultar recursos econômicos; e o núcleo financeiro, integrado por “laranjas” da quadrilha, que possuíam renda incompatível com as movimentações financeiras feitas com os seus nomes.

A investigação do Ministério Público identificou ainda que, além de movimentar grandes somas de dinheiro, a organização criminosa atuava com grau elevado de violência e com articulação e influência política. A quadrilha é suspeita de envolvimento em tentativas de homicídio e de cooptação de agentes públicos para participar do esquema criminoso.

Empresário ‘MK’

Líder da organização criminosa, “MK” já estava preso por outros crimes e também é apontado como “laranja” do prefeito eleito por Choró e cassado pela Justiça Eleitoral, Carlos Alberto Queiroz, o “Bebeto do Choró”, que continua foragido.

O empresário Maurício Gomes Coelho foi preso no dia 8 de novembro de 2024, em um condomínio de alto padrão onde morava, no bairro Benfica, em Fortaleza, por suspeita de tentativa de homicídio.

Na ocasião, foram apreendidos uma pistola 9 milímetros, 12 munições, três rádios comunicadores, dois celulares e um colete balístico com o suspeito.

O empresário foi autuado em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Maurício também é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de se aliar à facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) para tentar matar um motorista de “Bebeto do Choró”, em um posto de combustíveis, em Canindé, no dia 6 de outubro de 2024.

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