A investigação sobre um possível vazamento de conteúdo do Enem 2025 ganhou novo desdobramento neste domingo (23/11), quando a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no Ceará. A ação mirou o influenciador educacional Edcley Teixeira, responsável por uma transmissão ao vivo que anteciparia questões da prova.
O episódio que motivou a operação ocorreu em 11 de novembro, quando Edcley apresentou em seu canal no YouTube perguntas próximas das que seriam aplicadas cinco dias depois nas avaliações de Matemática e Ciências da Natureza. Em pelo menos cinco itens, a correspondência incluía até números idênticos aos exibidos no exame oficial.
A coincidência chamou atenção de candidatos nas redes sociais logo após a divulgação do gabarito, gerando pressão por esclarecimentos. Diante das denúncias, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu invalidar três questões por “antecipação de itens semelhantes aos aplicados”, referentes aos temas Fotossíntese, Grito e Parcelamento de R$ 60 mil.

Em posicionamento público, o instituto destacou que foram verificadas “similaridades pontuais” entre o material divulgado na internet e o conteúdo da prova, mas afirmou que nenhuma questão foi reproduzida de forma integral. O Ministério da Educação e o Inep, entretanto, informaram que não irão comentar a ação policial.
As suspeitas de vazamento começaram a circular já no dia 17 de novembro, quando participantes do exame passaram a relatar, com mais detalhes, a proximidade entre a live e o conteúdo enfrentado na segunda etapa do Enem. Ao se manifestar sobre o caso, Edcley reforçou que não participou de qualquer irregularidade.
O influencer sustenta que seu conteúdo foi construído a partir de análises técnicas e materiais acessíveis ao público, apresentando sua atuação como uma tentativa de ampliar o acesso ao ensino. Além disso, apostilas utilizadas em seu curso continham uma sexta questão semelhante à da prova, desta vez relacionada ao tema “tijolos”.
Com esses elementos, a Polícia Federal segue apurando se houve vazamento deliberado de informações ou outro tipo de violação no processo de elaboração e aplicação do exame.
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