O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende lançar, até o fim de 2026, um programa nacional para viabilizar tarifa zero no transporte coletivo dos municípios brasileiros. Entre as cidades analisadas como referência está Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que adota o modelo desde 2021.
A informação foi dada pelo deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), ex-secretário de Mobilidade e Transportes de São Paulo, durante o VI Fórum da Federação dos Transportes (Fetrans), realizado nesta segunda-feira, 24, em Fortaleza. O parlamentar participou de um debate sobre sustentabilidade no transporte público e concessões relacionadas à tarifa zero.
Segundo Tatto, Lula solicitou a ele e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estudos para estruturar um programa federal voltado à gratuidade no transporte urbano. O deputado destacou que municípios que já adotam tarifa zero, como Caucaia, estão sendo avaliados como exemplo.
“Se Caucaia conseguiu implantar tarifa zero sem recursos federais, imagine com apoio do Governo Federal. A operação melhora, a qualidade melhora”, afirmou. Ele ressaltou ainda que o município é o maior do País com política de transporte gratuito.
Tatto explicou que a iniciativa ainda está em fase de análise e que a adesão dependerá do interesse dos municípios. Atualmente, 138 cidades brasileiras possuem tarifa zero. Para ele, ampliar o debate é essencial para garantir o direito de ir e vir.
Além do deputado, participaram da mesa o professor José Ademar Gondim, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Francisco Mata Machado, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, mediou o encontro.
O presidente em exercício da Fetrans, Mário Albuquerque, reforçou que discutir o tema é fundamental para que o País avance rumo à gratuidade do transporte coletivo. “A tarifa zero não acontece de um dia para o outro, mas cada passo é importante”, avaliou.
Situação do transporte em Fortaleza
Durante o evento, o presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, comentou os desafios recentes do sistema de transporte da Capital. Ele afirmou que Fortaleza não deverá enfrentar novas suspensões de linhas como as registradas em setembro, quando 25 rotas foram temporariamente interrompidas devido a dificuldades financeiras das empresas.
Segundo Dimas, um acordo interno entre as empresas foi firmado para evitar novas paralisações. “Se alguma empresa tiver dificuldade que possa comprometer sua operação, as demais precisam apoiar. Assim, o serviço pode ser mantido até que o problema seja resolvido”, explicou.
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