Lotes específicos de lava-roupas líquidos da marca Ypê foram alvo de intervenção sanitária no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a retirada desses produtos do mercado e proibiu sua comercialização após confirmação de contaminação por Pseudomonas aeruginosa. A decisão foi formalizada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (27/11).
A bactéria foi identificada em análises conduzidas pela Química Amparo, fabricante responsável pela marca. De acordo com a empresa, a detecção ocorreu internamente e motivou orientação de recolhimento. Segundo a própria companhia, o processo de retirada já havia sido iniciado antes da publicação da medida federal. A Amparo classificou a ação como preventiva e restrita a 14 lotes.
A suspensão abrange produtos de três linhas comerciais:
- Lava roupas líquido Ypê Express: 170011, 220011, 228011, 203011, 181011, 169011, 169011, 205011, 176011;
- Lava roupas líquido Tixan Ypê: 254031 e 193021;
- Lava roupas líquido Ypê Power Act: 190021, 223021, 228031.
A partir da notificação oficial, esses lotes não podem ser distribuídos, utilizados em estabelecimentos ou ofertados ao consumidor.
O que se sabe sobre a bactéria?
O Manual MSD, referência médica internacional, descreve a Pseudomonas aeruginosa como um agente capaz de provocar infecções que vão desde manifestações cutâneas leves até quadros sistêmicos graves. Há registros de ocorrência em olhos, pele, corrente sanguínea, pulmões, trato urinário e articulações.
O risco é maior em pessoas com doenças crônicas, comprometimento imunológico, hospitalizadas ou em tratamento que reduz defesas do organismo. O microrganismo costuma proliferar em ambientes úmidos e pode ser encontrado em água, solo e superfícies hospitalares.
“Infecções por Pseudomonas aeruginosa variam de infecções externas pequenas a distúrbios sérios com risco de morte. (…) Essas bactérias podem infectar o sangue, a pele, os ossos, os ouvidos, os olhos, as vias urinárias, as válvulas cardíacas, os pulmões, assim como feridas”, diz um trecho do Manual MSD.
Diagnóstico e Tratamento
De acordo com o Manual MSD, o diagnóstico da bactéria é confirmado por meio de cultura de sangue ou outros fluidos corporais enviados para análise laboratorial. O tratamento varia conforme a gravidade: infecções leves costumam responder a antibióticos tópicos, enquanto quadros internos podem exigir medicação oral ou intravenosa, sempre com orientação médica.
O que diz a marca?
Sobre o risco ao consumidor, a Química Amparo informou que a probabilidade de danos à saúde é baixa. A empresa afirma basear a avaliação em parâmetros da autoridade sanitária e nas formas usuais de uso do produto, que geralmente envolvem diluição em água e contato limitado com a pele.
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