A Black Friday, um dos períodos mais aguardados do comércio online, também se tornou um terreno fértil para criminosos que atuam no meio digital. Com o avanço da inteligência artificial (IA), os golpes vêm ficando cada vez mais sofisticados e difíceis de identificar.
Os golpistas não se restringem a criar sites falsos ou promoções chamativas; eles passaram a usar ferramentas de IA para gerar vozes, rostos e até vídeos realistas, em uma modalidade de fraude que exige atenção redobrada dos consumidores.
Dados do Serasa Experian apontam que, na Black Friday de 2024, foram registradas 333 tentativas de fraudes por hora no Brasil.
Golpes na Black Friday 2025
Listamos como alguns desses golpes funcionam e como evitá-los na Black Friday de 2025, que ocorre na semana de 28 de novembro:
Deepfakes
Um dos golpes mais preocupantes, segundo especialistas ouvidos pela DW, envolve o uso de deepfakes, vídeos ou áudios manipulados por IA que imitam pessoas famosas ou funcionários de empresas.
Durante o período de promoções, é comum que criminosos enviem áudios ou vídeos falsos anunciando supostas “ofertas exclusivas”. Confiando na aparência, consumidores acabam clicando em links fraudulentos e fornecendo dados ou realizando pagamentos.
Observar movimentos dos olhos, mãos, possíveis “imperfeições plastificadas” e fala artificial ajuda a identificar esse tipo de conteúdo.
A recomendação, segundo Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação, é sempre conferir os canais oficiais da pessoa ou da loja, já que campanhas verdadeiras normalmente aparecem nas redes originais.
Sites falsos
Embora não seja um golpe novo, ainda é comum que criminosos criem páginas idênticas às de grandes varejistas, com logotipos e layouts quase perfeitos.
Atraído por preços muito baixos, o consumidor compra e não recebe o produto, ou tem os dados do cartão roubados.
Para evitar isso, verifique se o endereço começa com “https://” e se há o cadeado de segurança. Confirme CNPJ, canais de contato e desconfie de erros de ortografia e imagens ruins, sinais de sites clonados.
Anúncios em redes sociais e marketplaces
Promoções em Instagram, Facebook, WhatsApp e até marketplaces, com preços muito abaixo do normal, geralmente são golpes. Desconfie se a única forma de pagamento for Pix.
“Golpistas se passam por vendedores de plataformas conhecidas e pedem pagamento fora do sistema oficial da loja. Sempre finalize a compra dentro da plataforma”, diz Fábio Diniz, presidente do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC).
Roubo de dados do cartão de crédito ou débito
Antes de comprar online, mantenha computador e celular atualizados e com antivírus. Evite usar redes wi-fi públicas, como as de shoppings e aeroportos.
Senhas fortes, autenticação em dois fatores e cartões virtuais ajudam a reduzir riscos. Especialistas recomendam não salvar o cartão no site e usar carteiras digitais, como Apple Pay ou Google Pay.
Sempre confira a fatura e ative alertas de compras por SMS.
Falsas promoções
Outro golpe comum é a “maquiagem de preços”, quando lojas simulam descontos que não existem. Por isso, compare valores e consulte o histórico de preços antes de comprar.
Sites como Buscapé e Zoom mostram o preço mínimo já praticado. Compare também frete e prazo de entrega.
Fique atento a termos que induzem urgência como “últimas unidades” e “só hoje”, que estimulam compras por impulso.
Fui vítima de fraude, o que fazer?
Caso caia em um golpe, é importante agir rápido: reúna provas (prints, e-mails, comprovantes) e contate o banco para tentar bloquear a transação ou pedir estorno. Registre boletim de ocorrência online ou presencial. Muitos bancos devolvem o valor, desde que a fraude seja comprovada.
Como economizar de verdade na Black Friday
Planejamento é essencial. Liste o que deseja comprar e defina um orçamento. Acompanhe preços e aproveite cupons, cashback e frete grátis.
Kits e descontos progressivos podem valer a pena. Para eletrônicos, modelos de gerações anteriores costumam ter desempenho similar e preços menores.
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