Lula nega uso da Transposição para Data Center do TikTok

Em meio às críticas e impasses sobre a construção do Data Center do TikTok no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (3), que a Transposição do Rio São Francisco não foi concebida para abastecer o equipamento previsto para a região próxima ao Complexo Industrial do Pecém. Segundo ele, o projeto hídrico tem como finalidade garantir água para consumo humano a milhões de cearenses.

Durante evento de entrega da Carteira Nacional Docente, em Fortaleza, Lula reconheceu a importância estratégica do Data Center para a economia estadual, mas reforçou que a obra deve seguir rigorosamente as diretrizes ambientais. Ele destacou que a água da transposição tende, no futuro, a chegar ao Complexo do Pecém, e defendeu que o empreendimento seja cobrado para manter práticas sustentáveis.

O presidente também direcionou pedidos à diretora de políticas públicas do TikTok Brasil, Mônica Guise, solicitando que o equipamento utilize água reutilizada, energia renovável e não comprometa o abastecimento da população. O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o Data Center será o primeiro do país totalmente ambientalmente correto, com uso exclusivo de energia eólica e solar e reaproveitamento da água em seu ciclo.

O projeto, fruto de parceria entre TikTok Brasil, Omnia e Casa dos Ventos, prevê investimentos superiores a R$ 200 bilhões. Desde o anúncio, no entanto, o licenciamento ambiental do Data Center enfrenta críticas de povos indígenas, comunidades tradicionais e entidades socioambientais, que alertam para o impacto do alto consumo de energia e água.

Em outubro, o Ministério Público Federal no Ceará solicitou uma perícia técnica para avaliar se o licenciamento prévio concedido pela Semace foi adequado ou deveria ter seguido procedimentos mais rigorosos. A Casa dos Ventos, responsável pelo projeto, reiterou que o empreendimento é baseado em sustentabilidade, inovação e transparência, cumprindo todas as etapas legais exigidas.