A infraestrutura urbana disponível no entorno das moradias em Favelas e Comunidades Urbanas do Ceará segue inferior à observada em outras áreas das cidades, sobretudo no acesso a transporte coletivo, mobilidade ativa e acessibilidade. Os dados fazem parte da publicação “Censo 2022: Favelas e Comunidades Urbanas – Características urbanísticas do entorno dos domicílios”, divulgada nesta quinta-feira (05/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Transporte e Sinalização
Em relação à presença de pontos de ônibus ou vans, apenas 5,2% dos moradores, o equivalente a 38.455 pessoas, dessas áreas residiam em trechos de vias com esse tipo de serviço. Fora das Favelas e Comunidades Urbanas, o percentual sobe para 8,5%, alcançando 328.614 moradores.
Sobre a oferta de vias sinalizadas para bicicletas, somente 2,2% dos moradores desses territórios, cerca de 16.401 pessoas, viviam em ruas com esse tipo de infraestrutura. Nas áreas fora das comunidades, o índice chega a 4,7%, o que representa 180.653 moradores. Apesar da diferença proporcional, o dado indica que esse tipo de estrutura urbana ainda é pouco presente em todo o território analisado.
Calçadas e Acessibilidade
Quando o recorte é a presença de calçadas ou passeios, 70,4% dos moradores em Favelas e Comunidades Urbanas viviam em vias com essa característica, totalizando 526.279 pessoas. Fora dessas áreas, o percentual é de 89,1%, o equivalente a 3.454.110 moradores.
Em se tratando dos dados sobre calçadas sem obstáculos, mesmo considerando apenas os trechos com presença de passeio, os percentuais são baixos em ambos os recortes territoriais. Nas Favelas e Comunidades Urbanas, apenas 3,6% dos moradores residiam em vias com calçadas livres de obstáculos, cerca de 26.852 pessoas. Fora desses territórios, o índice foi de 14%, com 542.326 moradores, quase quatro vezes superior ao verificado nas comunidades.
No quesito acessibilidade, apenas 2,3% dos moradores em Favelas e Comunidades Urbanas (17.082 pessoas) viviam em vias com a presença de rampas para cadeirantes nas calçadas. Já nas áreas externas a essas comunidades, 10% da população dispunha de rampas, somando 389.187 moradores. O levantamento aponta que a ausência desse equipamento é proporcionalmente mais frequente nas áreas mais vulneráveis.
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