O 3º levantamento da safra 2025/2026, divulgado nesta quinta-feira (11/12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que a produção nacional de grãos pode chegar a 354,4 milhões de toneladas. A estimativa marca um novo recorde e representa um avanço de 0,6% em relação ao ciclo anterior, resultado associado ao aumento de 3% na área cultivada, projetada em 84,1 milhões de hectares, e ao fortalecimento da demanda internacional.
De acordo com a Conab, o crescimento esperado é impulsionado especialmente por culturas como soja, milho e sorgo. Embora o cenário seja favorável, a estatal ressalta que oscilações no mercado global de commodities continuam a exigir atenção e planejamento dos produtores. Ainda assim, a ampliação de políticas voltadas ao setor e a maior procura externa reforçam o desempenho projetado.

No posicionamento institucional, o presidente da Conab, Edegar Pretto, observa que os agricultores mantêm resiliência mesmo diante de adversidades climáticas e de variações de preço. “A Conab está aqui para apoiar, trazendo informações confiáveis que ajudam no planejamento e dão mais segurança a quem está no campo”, conclui.
No recorte regional, o Rio Grande do Sul concentra uma estimativa de 40,7 milhões de toneladas, um avanço de 13,3% sobre a safra anterior. Mesmo com a segunda maior área plantada do país, com cerca de 10,53 milhões de hectares (+1,3%), o estado permanece na terceira posição em volume produzido, atrás de Mato Grosso e Paraná. Os resultados seguem condicionados por instabilidades climáticas que afetam o potencial produtivo.
Em relação às condições recentes, a Conab relata que a falta de chuvas e os impactos do ciclone que atingiu o estado têm sido monitorados de perto. Mesmo com essas ocorrências, a projeção é de recuperação consistente, impulsionada sobretudo pela soja, principal cultura da produção gaúcha.
Principais culturas no Rio Grande do Sul
- Soja: A expectativa é de 7,2 milhões de hectares cultivados (+1,0%) e produção de 22,4 milhões de toneladas (+34,9%). A produtividade deve atingir 3.129 kg/ha (+33,6%), após forte recuperação frente à estiagem da safra anterior. A semeadura avançou no período, passando de 9% no fim de outubro para 65% no encerramento de novembro.
- Arroz: A cultura deve ocupar 919,7 mil hectares (-5,0%), com produção estimada em 7,7 milhões de toneladas (-12,2%) e produtividade de 8.334 kg/ha (-7,6%). A semeadura alcança 98% das áreas e teve avanço facilitado pela redução das chuvas.
- Milho 1ª safra: Com 817,1 mil hectares cultivados (+14,2%), o estado registra o maior crescimento da área em 20 anos. A produção deve atingir 5,4 milhões de toneladas (-0,1%), mesmo com produtividade menor, estimada em 6.641 kg/ha (-12,5%). As lavouras apresentam bom desenvolvimento, ainda que a irregularidade das chuvas tenha gerado apreensão em novembro.
- Feijão (cores e preto): As duas safras somam 45,5 mil hectares (+7,1%) e previsão de 76,6 mil toneladas (+4,2%). O feijão cores ainda não teve início de semeadura na primeira safra, enquanto o feijão-preto já ocupa 80% da área prevista, com bom potencial produtivo graças às condições climáticas favoráveis.

Culturas de inverno
- Trigo (safra 2025): A projeção é de 3,7 milhões de toneladas (-6,3%) e área de 1,2 milhão de hectares (-13,7%). A colheita está praticamente finalizada, com 99% das áreas concluídas e produtividade calculada em 3.172 kg/ha.
- Aveia branca – A Conab estima 384,6 mil hectares (+7,8%), a maior área já registrada, e produção de 965 mil toneladas (+14,6%). A colheita quase foi encerrada em novembro, restando apenas áreas em maturação.
- Canola – A cultura ocupa 209,9 mil hectares (+43,7%) e deve produzir 320,7 mil toneladas (+66,2%). A produtividade esperada é de 1.528 kg/ha, com grãos de bom tamanho e alto teor oleico.
- Cevada – A estimativa é de 30,4 mil hectares (-11,4%) e produção de 103,1 mil toneladas (-10,3%). As boas condições de semeadura resultaram em produtividade revisada para 3.393 kg/ha (+2%). As áreas destinadas ao malte, no Planalto Superior, têm maior valorização e melhor rentabilidade.
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